Nos próximos meses todas as 5,7 milhões de propriedades rurais brasileiras vão ser visitadas por técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O novo censo agropecuário, que mobiliza 60 mil entrevistadores, vai mostrar as mudanças que ocorreram no setor desde o último censo, de 1996, e fornecer informações atualizadas sobre aspectos econômicos, sociais e ambientais da atividade agropecuária.
Este promete ser um dos censos mais rápidos da história – a tecnologia vai acelerar a coleta e a transmissão de dados. Os pesquisadores vão usar pela primeira um computador de mão, equipado com receptores GPS e mapas digitalizados. Em 31 de agosto saem os números sobre a população brasileira e até o final do ano já estarão publicados a maioria dos dados sobre a agricultura do País.
Quanto ao receio que as pessoas têm de abrir as portas para um desconhecido, o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, diz que é possível identificar o recenseador com segurança: cada um terá um computador de mão, onde será preenchida toda a informação que a família e o produtor rural fornecerem ao IBGE. O entrevistador estará vestindo um colete com a marca do IBGE. À frente deste colete, há uma identificação, com identidade e fotografia. Ao lado, o telefone 0800 721 8181, do IBGE. Por esse telefone, gratuito, qualquer pessoa que tiver dúvida pode ligar para o IGBE no Brasil inteiro para confirmar a identificação do recenseador.
Dez anos depois - O 10º Censo Agropecuário vai traçar um perfil detalhado de aproximadamente 5,7 milhões de estabelecimentos nos segmentos de agricultura, silvicultura (cultivo de florestas), pecuária, aqüicultura, apicultura, sericicultura (criação de bicho-da-seda), extração vegetal, beneficiamento e transformação de produtos agropecuários, em todos os 5.564 municípios brasileiros.
Seus resultados irão mostrar, entre outros, quantos são efetivamente esses estabelecimentos; sua área e infra-estrutura (máquinas e equipamentos, existência e fonte de energia elétrica etc.); o que e quanto eles produzem; quem são os seus produtores; quantas pessoas estão ocupadas nos estabelecimentos; o perfil dessa ocupação; e quais são as práticas e manejos neles utilizados (técnicas agrícolas, uso de agrotóxicos, de irrigação etc.). Investigará ainda temas inéditos e que estão na ordem do dia, como destinação final de embalagens de agrotóxicos, agricultura orgânica, uso de sementes transgênicas, entre outros.
Dentre as novidades, está ainda a divulgação dos dados coletados tendo como recorte áreas especiais: reassentamentos de barragens, assentamentos de trabalhadores rurais, terras indígenas e reservas ambientais. As informações também serão publicadas segundo os níveis geográficos representativos dos diversos biomas e bacias hidrográficas do país.
Dez anos depois, o censo será útil para mostrar os resultados das políticas macroeconômicas e da moeda estável com inflação controlada, além de possibilitar uma avaliação de programas governamentais específicos como o Pronaf e a reforma agrária.
Para garantir que todas as propriedades sejam visitadas, o IBGE vai ter apoio das Forças Armadas no transporte dos recenseadores, em caso de áreas inundadas ou com estradas em péssimas condições. Se na fazenda só estiver o administrador ou algum funcionário, os pesquisadores poderão obter o endereço do proprietário para entrevistá-lo onde ele estiver.