Na safra 2006/07, a área cultivada com soja geneticamente modificada no Brasil atingiu 56% da área destinada à produção da cultura, que foi de 21 milhões de hectares. De acordo com as informações da empresa de consultoria Céleres, Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e International Service for the Acquisition of Agri-Biotech (ISAAA), a área plantada com soja transgênica cresceu 14% em relação à safra 2005/06, quando o produto esteva presente em 42% da área cultivada com o grão.
Da safra 2001/02 para a safra 2006/07, a participação da área com soja transgênica no País saltou de 16% para 56%. Neste período, o crescimento da área com o produto geneticamente modificado foi de 342%.
Em 2006, o Brasil exportou 39,7 milhões de toneladas do complexo soja. Cerca de 18,8 milhões de toneladas, ou seja, 47% das exportações atenderam a União Européia (UE). A China adquiriu 11 milhões de toneladas, ou seja, 28% das exportações brasileiras do complexo. Cerca de 9,8 milhões de toneladas, ou seja, 25% do total, foram adquiridos por outros países.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), só o Rio Grande do Sul, onde 90% da produção soja é considerada transgênica, exportou 5,6 milhões de toneladas do complexo soja.
No ano passado, o estado brasileiro exportou 1,9 milhão de toneladas do complexo para a China.
Foram 1,8 milhão de toneladas de soja em grão, 16 mil toneladas de farelo de soja e 111 mil toneladas de óleo de soja. De 2005 a 2006, as exportações gaúchas do complexo soja para o país oriental cresceram 44%.
Também em 2006, o Rio Grande do Sul enviou, para a UE, 311 mil toneladas de soja em grão e 395 mil toneladas de farelo do produto. Para demais países da Europa Ocidental, o estado exportou 82 mil toneladas de soja em grão e 37 mil toneladas de farelo.
As vantagens econômicas para o produtor e a certeza de que há uma sinalização de demanda crescente do grão geneticamente modificado contribuem para uma maior presença da soja transgênica nas lavouras do País. Apesar dos avanços, ainda há entraves que dificultam uma maior expansão da cultura.
Enquanto o Governo Federal define o futuro dos organismos geneticamente modificados (OGMs) no Brasil, produtores tradicionais de transgênicos conquistam novos mercados. Se de um lado a indefinição do País já pode ter custado R$ 23,6 bilhões, do outro, o ganho com as exportações de transgênicos reflete positivamente nas balanças comerciais dos principais concorrentes brasileiros no segmento da soja.
Argentina - As exportações do complexo soja da Argentina, onde a transgenia atinge 100%, atingiram 39,9 milhões de toneladas em 2006. De acordo com os dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentos da Argentina, (SAGPyA), a China adquiriu 6,73 milhões de toneladas de soja em grão. Entre os principais compradores do produto argentino, ainda estão a Malásia (197,2 mil toneladas), a Itália (165,9 mil toneladas) a Espanha (41,9 mil toneladas) e a Grécia (39,4 mil toneladas).
Já o farelo de soja argentino atendeu, principalmente, os mercados da Espanha (3,88 milhões de toneladas), Holanda (3,34 milhões de toneladas), Itália (2,37) milhões de toneladas, Dinamarca (1,27 milhões de toneladas) e França (906,1 mil toneladas). Os cinco maiores importadores de óleo de soja da Argentina foram China (1,30 milhão de toneladas), Índia (1,28 milhão de toneladas), Marrocos (332,6 mil toneladas), Venezuela (279,5 mil toneladas) e Peru (273,7 mil toneladas).
Estados Unidos - Segundo informações do Census Bureau, na safra 2005/06, os Estados Unidos exportaram 32,9 milhões de toneladas do complexo soja. Apenas em soja, o país exportou 25,77 milhões de toneladas. Deste total, 9,87 milhões de toneladas foram para a China. Entre os maiores compradores do grão norte-americano, também estão México (3,50 milhões de toneladas), Japão (3,28 milhões de toneladas), União Européia (1,85 milhão de toneladas), e Taiwan (1,74 milhão de toneladas).
Quanto a farelo de soja, os países que mais importaram o produto norte-americano foram México (1,58 milhão de toneladas), Canadá (1,24 milhão de toneladas), Japão (457 mil toneladas), Filipinas (415 mil toneladas) e República Dominicana (348 mil toneladas). Já o óleo de soja foi, principalmente, para o México (102 mil toneladas), Canadá (69 mil toneladas), Cuba (64 mil toneladas), Índia (23 mil toneladas) e Peru (20 mil toneladas). De acordo com o Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 90% da soja produzida no país é transgênica.