IBGE fará pela primeira vez censo
agropecuário informatizado

O Censo Agropecuário foi planejado nos últimos três anos. A pesquisa deveria ter sido realizada em 2001, uma vez que a última edição é de 1996 e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recomenda a atualização dos dados a cada cinco anos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começa a partir desta semana a treinar os 6,6 mil recenseadores do Paraná que vão trabalhar no primeiro Censo Agropecuário totalmente informatizado a partir de 16 de abril. O uso de computadores de mão (palm tops) pelos 68.141 pesquisadores que vão a campo em todo o Brasil promete a divulgação dos primeiros dados em tempo recorde, a partir de agosto. Segundo a Agência Estado, a pesquisa ocorre com seis anos de atraso e constitui o levantamento mais completo já realizado sobre a agropecuária brasileira.

Se fossem impressas, as perguntas que serão feitas preencheriam 20 páginas de formulários. Cada entrevista vai durar cerca de duas horas. O IBGE espera que cada pesquisador visite cerca de quatro propriedades por dia, até 31 de julho. A cada duas semanas, eles deverão enviar eletronicamente os dados para sede do IBGE, no Rio de Janeiro.

O Censo Agropecuário foi planejado nos últimos três anos. A pesquisa deveria ter sido realizada em 2001, uma vez que a última edição é de 1996 e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recomenda a atualização dos dados a cada cinco anos. Pelo Censo Agropecuário de 1996, o Paraná tem 369 mil estabelecimentos comerciais. Hoje, o número é considerado uma incógnita. De acordo com técnicos do IBGE, quanto mais o tempo passa mais difícil fica fazer uma avaliação sobre a agropecuária, considera o técnico do IBGE, que é também supervisor das estatísticas agropecuárias no estado.

Os questionários foram reformulados e devem levantar dados desconhecidos mesmo por organizações regionais, como a Coamo Agroindustrial, que vem ampliando seus esforços para conhecer os 19,8 mil sócios. Entre esses dados, estão a idade e a escolaridade do produtor, bem como a área de produção de transgênicos e o uso de computadores na propriedade rural.

Dados vão mostrar
dimensão do êxodo

Estima-se que o númro de agricultores no Paraná passa de 300 mil. O governo do estado divulga que são 350 mil. De acordo com a publicação da Gazeta do povo, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep) e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) usam números que vão de 320 a 350 mil. Técnicos dessas organizações dizem que não se trata de contrapor avaliações, mas sim de falta de referência. Todos concordam que mais de 80% são pequenos produtores, com áreas de menos de 50 hectares.

Não está descartada a possibilidade de redução drástica no número de produtores rurais. Os dados do IBGE divulgados em 1996 mostraram que, em uma década, o Paraná tinha perdido 100 mil agricultores, lembra a economista da Faep Gilda Bozza em entrevista à Gazetad do Povo. O Paraná tinha 369 mil estabelecimentos agrícolas naquela época. "A globalização e a abertura de mercado aumentou a competitividade, dificultando a atividade agrícola", explica Gilda. Esse fatores se acentuaram nos últimos dez anos.


Boletim Informativo nº 951, semana 2 de abril a 8 de abril de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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