O PIB da agropecuária brasileira teve uma redução de 2,12% em 2006, caindo de R$ 153,04 bilhões, em 2005, para R$ 149,80 bilhões, no ano passado. As estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), revelam que, apesar do aumento médio de 4,5% na produção das lavouras e de 3,8% na pecuária, os preços reais dos produtos agrícolas caíram, em média, 4,6% e dos pecuários, 7,9%. “O aumento da produção não compensou a queda nos preços em 2006. Para 2007, o faturamento crescerá, o que não significa aumento proporcional na renda do produtor”, disse o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta, em coletiva na sede da entidade.
Segundo Cotta, a rentabilidade do produtor está sendo corroída pelos custos da infra-estrutura, pelos custos financeiros cobrados pelas tradings, que financiam 70% da produção, e pelos fornecedores de insumos, que aproveitam os sinais de melhora para reajustar seus preços, devido à baixa concorrência entre as empresas. Apesar do PIB da agricultura ter crescido 0,47% em dezembro, em relação a novembro, devido à recuperação dos preços de alguns produtos, a queda acumulada no ano chegou a 0,26%. Assim, o PIB básico da agricultura somou R$ 84,97 bilhões, contra os R$ 85,20 bilhões de 2005.
Embora o volume de produção das lavouras tenha crescido, este comportamento não foi uniforme. Houve quedas de produção no algodão, trigo, arroz, cacau, mamona e amendoim, compensadas pela significativa expansão do milho, cana, café, feijão, sisal e feijão. Todos os segmentos da pecuária também registraram crescimento na produção, mas as quedas dos preços pagos pelos produtos foram acentuadas. No caso dos suínos, os preços reais caíram 18,9%.