Superar entraves que dificultam a defesa sanitária animal e vegetal e avançar no que diz respeito à transgenia, seguro agrícola e infra-estrutura. Estes são alguns dos desafios do novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que tomou posse no dia 27 de março, em Brasília.
Disposto ao diálogo e ao entendimento, Stephanes deverá desenvolver políticas agrícolas que atendam reivindicações do setor. Entre elas, estão questões relacionadas ao endividamento, taxa de juros, bioenergia, preservação ambiental, biotecnologia, agregação de valor aos produtos agropecuários, como também, iniciativas que possibilitem a tão esperada consolidação da política de preços mínimos.
No rol de prioridades do novo ministro, está a defesa sanitária animal e vegetal. Como o próprio Stephanes já declarou, é preciso reforçar a ação nessa área. Ele defende a reorganização do sistema de vigilância e fiscalização. Por isso, não medirá esforços para garantir uma maior integração entre o governo federal, os governos estaduais e a iniciativa privada no se refere à sanidade.
No combate à febre aftosa, o novo ministro deverá determinar procedimentos que reforcem as ações sanitárias na divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraná, como também, nas regiões de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, onde será determinada a zona tampão para evitar e entrada do vírus no País.
O combate à ferrugem da soja é outro desafio de Stephanes, que apóia o devido treinamento de produtores rurais para que possam monitorar e utilizar agroquímicos de maneira correta. Defensor dos transgênicos, Stephanes deverá regulamentar o uso de sementes e de insumos a fim de evitar a repetição, em outros estados, dos problemas ocorridos no Paraná.
O posicionamento do novo ministro ganha força com a decisão do presidente Lula em sancionar, no dia 21de março, o projeto que reduz o quórum nas votações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Um passo importante na luta para liberação dos organismos geneticamente modificados (OGMs) no País.
Nos planos do novo ministro, ainda estão o implemento do seguro agrícola com aumento de recursos orçamentários que banquem o subsídio no prêmio e o fundo de catástrofe, como também, a prática de políticas que assegurem a melhoria da infra-estrutura necessária ao setor.
Antes da posse, Stephanes reuniu-se com o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, que entregou uma lista de sugestões que beneficiam o setor. No documento, constam ações em prol da defesa sanitária animal e vegetal, questões relacionadas aos transgênicos, seguro agrícola pesquisa e infra- estrutura. O presidente da FAEP enfatizou a questão da sanidade em face da situação criada com a febre aftosa no Paraná em 2005.
Meneguette também elogiou a escolha de Stephanes para o Ministério. Segundo o presidente da FAEP, o novo ministro é um excelente técnico e tem experiência na agricultura.
O novo ministro da Agricultura foi a escolha do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, de uma lista de nomes apresentados pelo PMDB. Stephanes não é novato no cenário da agricultura nacional. Na década de 70, ele tornou-se o principal executivo no Ministério da Agricultura. Isso ocorreu durante a gestão do ministro Cirne Lima.
De 1970 a 1973, o novo ministro foi diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Também exerceu o cargo de secretário da Agricultura do Paraná entre 1979 e 1982. Como experiências no setor, ainda constam o exercício da presidência da Sociedade Brasileira de Economistas Rurais e a atuação como conselheiro do Fundo Federal Agropecuário.
Por se destacar como administrador, Stephanes foi ministro da Previdência nos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.