A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), em conjunto com outras entidades do setor, apresentaram no dia 20, em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, um conjunto de propostas para uma política pública voltada aos produtores de trigo no Brasil.
A concorrência da farinha de trigo produzida com subsídios na Argentina tem causado sérios problemas na comercialização da produção nacional.
Entre as sugestões, que já foram encaminhadas ao Ministério da Agricultura no final de 2006, estão a criação de salvaguardas contra importação de produtos subsidiados, o apoio para escoamento e comercialização da safra, o seguro rural, a redução dos juros e o reajuste da política de preço mínimo.
O representante da CNA na Câmara Temática de Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, Ivo Arnt, explicou que a falta de política gera insegurança no setor produtivo. “Na hora de decidir o plantio precisamos de uma garantia de liquidez. Vamos vender para quem e quando? Com apoio do governo, poderíamos direcionar a produção para mercados como o Nordeste e até exportar para países do Norte da África e Oriente Médio”, declarou Arnt, que preside a Comissão Técnica de Grãos da FAEP.
Os produtores alertam ainda que esse desestímulo à produção causa desemprego e redução na arrecadação de impostos no Brasil. Segundo dados da CNA, a cada 15 hectares plantados a cadeia produtiva do trigo gera um emprego direto. “A causa do problema é uma questão tributária, que pode ser resolvida. Esperamos que o governo se sensibilize em apoiar o produtor brasileiro”, completou o representante da CNA.