Transgênicos
Proibição do glifosato pode
dar prejuízo de R$ 400 milhões
Se o governo estadual conseguir manter a proibição do uso do defensivo agrícola glifosato na pós-emergência da soja transgênica, os produtores paranaenses poderão ter na próxima safra um prejuízo de R$ 400 milhões. O valor representa o custo de produção mais barato com a soja geneticamente modificada, de R$ 200,00 por hectare. Como a previsão era de se plantar dois milhões de hectares de soja transgênica (70% do total estadual) na safra 2007/08, os produtores gastarão R$ 200,00 a mais por hectare.
O prejuízo anunciado aos produtores, por causa da teimosia do governo do Paraná em tratar os transgênicos como um produto demoníaco, repercutiu em toda a Imprensa paranaense na semana passada. O jornal Gazeta do Povo, por exemplo, lembrou que o Paraná é o único estado da federação que considera o glifosato um produto ilegal, por que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não o licencia enquanto o fabricante, a multinacional Monsanto, não revelar sua fórmula – um segredo industrial guardado a sete chaves. “É mais ou menos o mesmo que exigir a fórmula da Coca-Cola”, explica o jornal.
O jornal Folha de Londrina, em editorial intitulado “Na Idade da Enxada”, diz que essa briga do governo estadual é motivada por um capricho ideológico, que não leva em consideração “o problema à mesa” que é a economia pelo menos 45% dos produtores. “No Brasil, as estruturas de governo, o setor estatal, dificultam a atividade produtiva, que carrega o País nas costas. Mas para tudo há uma explicação: se para abrir uma padaria há uma demora de 30 a 40 dias, por que facilitar o uso da tecnologia? Por que destravar, não é mesmo? De repente essa economia cresce, vai gerar emprego, distribuir riqueza, o povo começa a gastar, comer mais, trocar de carro...que horror! Aliás, por que tratores e colheitadeiras, se podemos usar boas enxadas, de fácil manejo. E você ainda pode escolher entre lima de aço e esmeril”, conclui o editorial.
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná