Jornalistas da Gazeta do Povo e técnicos da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) e da Organização das Cooperativas iniciaram na semana passada a segunda fase do projeto “Rumos da Safra – Uma viagem ao Paraná que produz”. No momento em que se intensifica a colheita, a equipe volta a campo para conferir o desempenho da produção de grãos e checar se as tendências antecipadas na primeira fase se concretizaram.
A principal novidade nesta etapa é a incursão pelas regiões produtoras do Mato Grosso, no Centro-Oeste, que se consolida como a maior fronteira agrícola brasileira. No Paraná, a sondagem segue o mesmo caminho percorrido em setembro e outubro do ano passado. Na época, a equipe rodou 5.450 quilômetros, visitou sindicatos e cooperativas e ouviu produtores em pelo menos 50 municípios de todas as regiões do estado.
Com a inclusão do Mato Grosso, a meta agora é percorrer mais de 10 mil quilômetros. O levantamento começou justamente pelo Centro-Oeste. Na semana de 5 a 10 de março os técnicos e jornalistas colhem as primeiras informações sobre o desempenho da safra 2006/07 nos municípios de Rondonópolis, Primavera do Leste, Cuiabá, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop. Além de visitas a produtores e sindicatos rurais, em Primavera do Leste a equipe tem agenda no pólo de pesquisa da Coodetec, cooperativa de pesquisa agrícola com sede no Paraná.
Além de ser a grande fronteira agrícola em expansão no Brasil, a ida ao Mato Grosso se justifica por que a exploração do agronegócio acontece com a participação de produtores paranaenses. Para se ter uma idéia da forte relação entre os dois estados, o município de Sinop, um dos maiores produtores de grãos do norte-matogrossense, foi desbravado, no início da década de 70, pela Colonizadora Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná. O nome Sinop se originou das inicias da razão social da empresa. Também fica no Mato Grosso o município de Sorriso, maior produtor de soja do mundo.
Para Pedro Loyola, economista da FAEP que acompanha a viagem, as tendências antecipadas na primeira fase do Rumos da Safra estão se concretizando. “Depois de dois anos de crise, essa safra representa a retomada de produção, preços e de conseqüente rentabilidade do agronegócio.” Ele explica que, apesar do câmbio desfavorável, as cotações internacionais em alta favorecem a recuperação da renda no campo.
Mas o foco principal do Rumos da Safra continua sendo o Paraná. O Mato Grosso pode ser a maior fronteira a ser explorada, mas o Paraná ainda é líder na produção nacional de grãos. Nesta safra, conforme levantamento inicial da Gazeta do Povo/Caminhos do Campo, o estado deve colher 11,09 milhões de toneladas de soja e 6,93 milhões de toneladas de milho primeira safra. O clima favorável, no entanto, deve render uma produção ainda melhor: perto de 12 milhões de toneladas de soja e 7,9 milhões de toneladas de milho.
O Rumos da Safra é um levantamento técnico-jornalístico inédito, lançado no ano passado pela Gazeta do Povo, da Rede Paranaense de Comunicação (RPC). Para fazer o acompanhamento da produção de grãos, o projeto estabeleceu parcerias estratégicas com as entidades que representam o setor produtivo do estado. A FAEP e a Organização das Cooperativas Ocepar são responsáveis pelo apoio técnico. Analistas e técnicos das duas instituições acompanham o trabalho no campo e auxiliam na tabulação dos dados e informações coletadas.
Na semana de 12 a 16 de março a expedição estará nas regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste do Paraná. De 19 a 24 finaliza o trabalho de campo nas regiões Norte, Centro-Sul e Campos Gerais. Os veículos de comunicação da RPC fazem uma campanha institucional para informar sobre o projeto, seus objetivos e roteiros.