O governo deve anunciar no meio do ano o Plano Agrícola e Pecuário 2007/2008, quando serão definidas também as condições de financiamento da produção. A atual taxa de 8,75% ao ano do custeio rural foi definida na safra 1998/99, quando a taxa Selic estava em 20,33%. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê que a Selic baixará dos atuais 13% para 12,2% no final de 2007 e em 2008 chegará a 11,4%.
A diminuição dos juros da taxa Selic não vem sendo repassada pelo governo para o setor agropecuário. O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, pondera que há espaço para rever o custo do crédito rural e está defendendo uma redução imediata do custeio para 4,5%. “A decisão da equipe econômica de promover sucessivas baixas na taxa Selic tem que chegar nessa safra ao produtor”, afirmou Meneguette. O presidente da Federação encaminhou na segunda-feira(5), ofício ao ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, em que defende a redução na taxa de juros paga pelos produtores.
A FAEP entende que a redução das taxas de juros é condição necessária, apesar de não suficiente, para que os produtores brasileiros tenham condições de competir com agricultores de outros países que recebem vultosos subsídios de seus governos. O governo tem que ter uma política agrícola estável e coerente com a política macroeconômica, mas hoje a conjunção de uma política cambial desfavorável e taxa de juros muito elevada é um inibidor para a expansão dos investimentos e de melhores condições de competitividade.
Além da redução nos custeios, a FAEP está propondo uma diminuição de juros de todos os financiamentos de investimento para TJLP (Taxa de Juros de longo prazo) + 0,5% limitado a 8,75% ao ano. O ajuste nos juros do crédito rural é compatível com a atual inflação, a queda verificada na taxa Selic e na TJLP, hoje em 6,5% ao ano, mas que em 2003 estava em 11,5%.