Brasil pode deixar de ganhar US$ 9 bi
em 10 anos sem produtos transgênicos

Os produtores rurais brasileiros poderão deixar de ganhar até US$ 9 bilhões nos próximos dez anos se a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não aprovar as variedades de milho e algodão, cujos processos estão parados, segundo alerta feito semana passada (5/02), no primeiro dia do Show Rural Coopavel, pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), em um relatório elaborado pela Céleres Consultoria e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor da Céleres, Anderson Galvão, disse que os produtores de milho poderão deixar de ganhar

US$ 6,9 bilhões na próxima década caso as variedades resistentes a insetos e a herbicidas não sejam liberadas para plantio comercial pelo governo. No caso do algodão, a renúncia de receita poderia chegar a US$ 2,1 bilhões. Segundo ele, esses números são muito mais representativos dos que o da soja, já que a área plantada com milho é praticamente metade da área de soja. Já o algodão, a área plantada é de pouco mais de 1 milhão de hectares, o que torna esses US$ 2,1 bilhões uma economia muito elevada se levarmos em conta os hectares plantados.



   Nas duas culturas, os ganhos com a adoção da biotecnologia, segundo o estudo, viriam do aumento da produtividade e da redução dos gastos com herbicida e inseticida. "Por enquanto, os benefícios estão concentrados nas mãos dos produtores e das empresas detentoras da tecnologia, mas já se percebe que eles já estão sendo divididos ao longo de toda a cadeia e certamente chegarão ao consumidor final", afirma Galvão.

Os dados preliminares do relatório já indicam que o quilo do frango produzido com base em ração de soja

transgênica pode ser vendido ao consumidor a um valor 3,3% inferior ao frango produzido nos padrões convencionais de ração. No caso do leite, a economia é de 3,4% e na carne suína pode chegar a 4%. "A partir do momento em que as empresas sentirem a segurança política necessária, novas tecnologias serão introduzidas no País e os consumidores finais", disse o presidente da Céleres.

Ganhos com transgênicos

Estudo feito pela consultoria inglesa PG Economics aponta que a adoção de soja transgênica no Brasil gerou um ganho de US$ 1,37 milhão nos últimos dez anos. A informação é do jornal Valor Econômico. Conforme a ONG Clube Amigos da Terra da região de Tupanciretã (RS), a adoção da biotecnologia traz como principal benefício econômico e ambiental a economia de 30% no uso de agroquímicos.


Boletim Informativo nº 945, semana 12 a 18 de fevereiro de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR