O Governo da Bolívia anunciou no dia 27 a existência de um foco de febre aftosa em Cuatro Cañadas, no Departamento de Santa Cruz, e já suspendeu as exportações de carne bovina para Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. A doença foi detectada em dez animais e quatro estão em observação. É o primeiro foco no país vizinho após três anos e meio, segundo publicou o jornal Valor Econômico.
O Ministério da Agricultura do Brasil confirmou o registro do foco. No sábado, o veterinário chefe da unidade de Saúde Animal do Serviço Nacional de Saúde Agropecuária da Bolívia, Ernesto Salas, pediu autorização ao ministério para ingressar no país com amostras do vírus. O objetivo era cumprir a rotina de análises no laboratório do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), no Rio. Os especialistas vão tentar identificar o subtipo do vírus para saber se a origem da doença tem conexão com cepas encontradas em focos recentes de Brasil, Argentina e Paraguai.
Nesta quarta-feira (31/01), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) deve analisar o pedido de Mato Grosso do Sul para voltar a ser reconhecido como área livre com vacinação. Dirigentes do ministério acreditam que o impacto negativo do foco deve ficar restrito à Bolívia.
A descoberta do foco ocorreu na chamada região da Chiquitanía, que engloba as províncias de Ñuflo de Chavez, Velasco y Chiquitos, localizadas a oeste da cidade de Santa Cruz de La Sierra. A região, que abriga pequenos pecuaristas e indígenas, é considerada zona de risco desconhecido para a aftosa pela OIE. E está longe da zona livre de aftosa com vacinação da Bolívia.