Paraná concentra 54% dos
casos de ferrugem asiática

De acordo com levantamento da Embrapa Soja, 266 focos de ferrugem asiática já foram constatados nesta safra nas lavouras de soja do Paraná. As informações foram divulgadas na reportagem de Fernanda Mazzini, publicada na Folha de Londrina de 17 de janeiro. Leia a seguir a reportagem na íntegra:

“A Embrapa Soja já registrou um foco de ferrugem asiática na safra 2006/07 em Londrina. No entanto, a estimativa da entidade é que este número seja maior devido às condições climáticas favoráveis à disseminação do fungo (alta umidade e altas temperaturas). Ao todo, o Paraná já registrou 266 focos da doença nesta safra, um aumento de 91% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 139 registros. Ainda não há relatos de perdas de produtividade.

Segundo o fitopatologista Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja, as variedades mais precoces (plantadas entre a segunda quinzena de outubro e o início de novembro) estão mais suscetíveis à doença. ‘’O que está ocorrendo é que tanto produtores como técnicos rurais estão mais atentos à incidência da ferrugem, o que tem ajudado no relato das ocorrências’’, disse. Segundo ele, as lavouras estão em boas condições, mas exigem atenção diária dos técnicos devido ao clima úmido, considerado fator preponderante para a disseminação da doença.

Em todo o Brasil, são 489 focos em 11 Estados (PR, MS, RS, GO, SP, RO, MT, MG, BA, MA e SC). Na safra passada eram 496 até a mesma data. A doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, reduz a produtividade das plantas, pois ataca as folhas e causa uma queda precoce dos grãos. A doença é identificada por pontuações nas folhas, que evoluem para manchas amareladas. O fungo é transmitido pelo ar e é levado pelo vento para outras áreas de plantio, espalhando-se rapidamente. No ano passado, o prejuízo causado foi de cerca de US$ 2,1 bilhões (R$ 4,5 bilhões).

A doença pode ser controlada com aplicações de fungicidas que impedem a progressão do fungo. ‘’Não há uma receita certa, o total de aplicações depende das condições climáticas e do estágio das lavouras. Se os grãos já estão cheios, por exemplo, o custo da aplicação será maior do que o ganho em produtividade. A doença merece mais atenção a partir do florescimento da planta’’, informa Soares.

Segundo a pesquisadora Cláudia Godoy, a boa distribuição de chuvas em várias regiões brasileiras deixa mais vulneráveis os plantios e as variedades tardias, que ainda se encontram em florescimento ou enchimento de grãos. ‘’Além dessas lavouras estarem sujeitas a uma maior quantidade de inóculo, proveniente dos primeiros plantios, estão sobre influência de uma condição climática altamente favorável para o desenvolvimento da doença’’, explica. Nesta safra, a interferência do clima na evolução da ferrugem pode ser observada na Região Oeste do Paraná, onde foram registradas muitas chuvas em dezembro. As primeiras lavouras conseguiram colher com apenas uma aplicação de fungicida, em muitos casos, feita também para controlar as Doenças de Final de Ciclo (DFC).”

Boletim Informativo nº 942 , semana de 22 a 28 de janeiro de 2007
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná
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