O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), organismo vinculado à Organização Mundial de Saúde, divulgou uma nota técnica que rebate as alegações do Governo do Paraná de que não houve, em 2005, casos de febre aftosa no estado.
O diretor do Panaftosa, Miguel Genovese, assina a nota técnica em que conclui pela existência dos focos no Paraná. Entre os motivos científicos para esta conclusão, ele cita a identificação de anticorpos compatíveis com a circulação viral; lesões também compatíveis com doenças vesiculares, como a febre aftosa, e vínculos epidemiológicos com propriedades do Mato Grosso do Sul onde houve manifestações clínicas da doença e onde o vírus foi comprovadamente isolado.
“É de concluir-se que as ocorrências sanitárias de que ora tratamos, no Estado do Paraná, configuram focos de febre aftosa”, escreveu Genovese. “É impossível descartar-se que tais animais não estivessem infectados”.
Diante do Código Sanitário dos Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), neste caso, era compulsório que o Governo brasileiro fizesse a notificação da ocorrência ao organismo internacional.
Miguel Genovese apontou que, por ser uma doença de curso agudo, “é possível a ocorrência de uma baixa taxa de animais permanecerem como portadores de vírus por períodos variáveis, sendo muito difícil o isolamento do vírus”. Além disso, o tempo transcorrido entre o evento clínico e a tomada das amostras para a sorologia – cinco meses – pode ter dificultado os testes laboratoriais. Veja abaixo o conteúdo da Nota Técnica de Panaftosa: