Perspectivas 2007
Aumento da produção e
queda da área plantada
A produção de brasileira de grãos e fibras, em 2007, foi estimada em 120,2 milhões de toneladas, segundo números divulgados pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab). Novamente, houve queda da área plantada, desta vez atingindo todas as regiões produtoras.
A descapitalização dos produtores, o elevado grau de endividamento, as dificuldades de acesso a crédito e a baixa rentabilidade das lavouras influenciaram negativamente o plantio da safra.
O Sul apresenta estimativas de redução de 5% da área plantada para 2007, atingindo as culturas do milho, algodão e arroz. Para a cultura da soja, no entanto, a previsão é de aumento de área plantada. Em algumas regiões, como o noroeste do Paraná, a cultura de grãos está sendo preterida pela de cana-de-açúcar que, neste momento, apresenta melhor rentabilidade. Nesta região, a venda antecipada de soja não é um mecanismo de uso tradicional, atingindo cerca de dois milhões de toneladas até a primeira quinzena de novembro. Este volume está dentro das médias históricas para a região, avaliadas em cerca de 10%.
Quanto ao milho, cultura de destaque na região, em que pese as boas perspectivas de mercado, há estimativa de 8,3% de queda de área plantada. Tal perda é resultado da recuperação tardia dos preços da commodity e dos custos de produção, mais elevados que a soja, que apresenta melhor rentabilidade para os Estados do sul do País.
Mercado internacional
A movimentação do mercado internacional de commodities e as expectativas de preços para 2007 acenam positivamente para a agricultura. Mas, foi-se o tempo em que os produtores rurais se balizavam somente em oferta, câmbio e preços para comercializar sua safra. Em uma economia globalizada, os fundamentos de mercado muitas vezes cedem espaço para outras variáveis, como política econômica e taxa de juros dos países em desenvolvimento, taxa de crescimento mundial, petróleo, ouro e outras commodities que influenciam a formação dos preços agrícolas.
Exemplo disso é o mercado de soja neste ano. As perspectivas de crescimento mundial favoreceram a elevação das cotações do petróleo, que puxaram as cotações do óleo de soja, refletindo-se nas cotações do grão. Na busca de alternativa para o petróleo, surgiram o etanol e o biodiesel, o que agravam as expectativas de escassez de milho, cuja cotação bateu recorde na Bolsa de Chicago. Com o milho, vieram o trigo e a soja. Quando os preços pareciam não querer reagir, subiram em disparada.
Esse movimento pendular no mercado de grãos se origina da atuação dos fundos de investimento nos mercados de commodities. Com base na pauta desses fundos é possível traçar um cenário para 2007, analisando-se variáveis que podem indiretamente influenciar a agricultura brasileira.
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná