Jornal Folha de São Paulo

Agora os portos

Os sem-terra que quiserem bloquear portos a fim de pressionar o governo contam com o incentivo do Incra. A autarquia cedeu, na quinta, diante de um protesto que paralisou as operações do terminal de Maceió. Em vez de enviar a polícia para liberar o porto e prender seus seqüestradores, optou-se por pagar o resgate exigido: acelerar a desapropriação de um conjunto de terras em Alagoas

A administração do presidente Lula franqueou o Incra aos ideólogos de MST, MLST e congêneres. A simbiose é tamanha que já não se sabe onde termina o movimento dito social e onde começam os órgãos estatais responsáveis pela reforma agrária.


   Os grupos são financiados com recursos federais e colocam seus militantes em postos estratégicos do poder público. Sem o dinheiro do contribuinte, essa parolagem autoritária fazendo ode a um comunismo ludita estaria relegada ao limbo a que faz jus.

No caso de Alagoas fica mais uma vez patente que o Incra faz o jogo dos sem-terra. Premiou o ato delinqüente com a promessa de mais desapropriações e mais verbas, quando o seu dever, como órgão de Estado, era o de recusar-se a negociar sob pressão criminosa. O governismo petista, vale lembrar, descumpre desde o início da gestão a norma que manda sustar processos de desapropriação em terras invadidas.

Seria preciso "reestatizar" o Incra, desaparelhá-lo. Lula, entretanto, se mostra bastante à vontade com a fórmula que encontrou para aplacar os extremistas ao seu redor.


Boletim Informativo nº 939, semana 11 a 17 de dezembro de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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