Uma mesa de debates com quatro especialistas em liderança e empreendedorismo rural, de renome nacional encerrou a programação dos empreendedores no Expotrade: o filósofo com Doutorado na Universidade de Paris, Denis Rosenfield; o ex-técnico da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês) Polan Lacki, e o professor em programas de liderança, Paulo Vieira, e Fernando Curi Peres, da USP/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Cada debatedor teve 20 minutos para apresentar suas idéias e depois foi aberto espaço para perguntas.
Na avaliação de Denis Rosenfield, coordenador da mesa, esse tipo de atividade é fundamental. “Em um processo de formação de lideranças é absolutamente central que se pense o papel das idéias. Ou seja, nós vivemos em um mundo globalizado de extrema competição, idéias são fundamentais do ponto de vista da condução do processo”.
O debatedor Polan Lacki aproveitou o espaço para propor aos empreendedores um exercício de auto-crítica sobre o quanto são eficientes como produtores rurais: “Acho que essa é a grande mudança de atitude que nós devemos ter, porque se nos tornarmos mais eficientes como produtores seremos menos afetados pelos erros dos outros, pela má qualidade dos nossos governos, pelo crédito insuficiente, juros altos e pelos subsídios dados aos concorrentes”.
Para Paulo Vieira, que trabalha com programas de liderança, a grande dificuldade é combater o individualismo. “Nós não temos uma história de cultura de cooperação. Por isso é difícil aglutinar. A expectativa é que os líderes se dediquem ao coletivo para trabalhar em torno de um projeto de desenvolvimento agrícola do estado do Paraná”.
O professor Fernando Curi Peres, que é um dos responsáveis técnicos pelo conteúdo do PER, avalia a boa seqüência de resultados à medida que as turmas avançam: “É um programa vitorioso que consegue mobilizar lideranças a partir do desenho de 3 fase. Na primeira fase, prepara empresários, na segunda, estimula trabalhos em grupo e na terceira, prepara líderes para o setor”.
“Eu viajo muito e me surpreende que o estado do Paraná tenha uma entidade rural tão ativa e tão voltada para a formação de idéias. Não é normal, no bom sentido da palavra, que pessoas invistam tantos recursos em treinamento e tão pouco, por exemplo, em fazer uma nova sede. Existe investimento na formação de recursos humanos e o país só avança quando os recursos humanos são objetos sérios de investimento”, conclui Rosenfield. (Mais sobre o PER na página 19).