Espaço do
Empreendedor Rural
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Um grupo de produtores rurais vem chamando a atenção dos moradores da comunidade Divisor, em Nova Laranjeiras. Os seis fizeram a Fase um do PER no ano passado e agora finalizam a Fase três. De um ano para cá, suas propriedades vêm experimentando um novo ritmo de trabalho onde as palavras-chave são: planejamento, redução de custos de produção e metas. A nova visão não só vem atraindo olhares curiosos dos vizinhos como também tem servido de motivação para a realização de cursos de formação profissional rural na comunidade.

O produtor Luis Carlos Martins da Silva conta que

até o ano passado não havia cursos do SENAR-PR na comunidade: "Nós tivemos a informação de que o SENAR realizava vários cursos e nosso município não tinha, então a gente correu atrás". O grupo também sepreocupa em sensibilizar a comunidade sobre a importância em participar de cursos de qualificação técnica. "Hoje, em qualquer área que você for trabalhar, precisa ter uma qualificação", diz Ronaldo Braga Klossowski, produtor que trabalha com gado de leite e relembra: "Na minha propriedade, antes da formação, a gente trabalhava com um investimento grande em animais e a produção era pouca. Hoje a gente diminuiu a quantidade de animais e tem uma produção maior". O produtor atribui o resultado em grande parte aos cursos de manejo e gestão rural. Diante de resultados tão positivos, a produtora Arlete Braga Nunes completa: "A gente está dando mais exemplo fazendo do que falando".

Boa parte do grupo de empreendedores trabalha na propriedade da família, ou seja, foi dentro de casa que eles começaram a vencer resistências e implantar inovações na rotina de trabalho. Para o produtor Cássio Secco o papel dele nos negócios: "Antes havia muita resistência. Hoje eu sugiro e mesmo que ele (o pai) resista de início, percebe que eu tenho razão e cede". Cássio lembra que trabalhava sem fazer conta: "Pegava o dinheiro e decidia aleatoriamente onde gastar". Agora, a visão da propriedade como empresa rural faz o produtor ponderar: "Faço as contas e vejo se vale a pena investir em determinada coisa. Se percebo que não vai valer a pena parto para investir em outra coisa. Antes, jogava dinheiro fora".

A redução de custos de produção tem sido ingrediente essencial na busca do grupo por continuar progredindo, aprendendo e se informando, al´[em de ser um chamariz na sensibilização de turmas para realização de cursos na comunidade. É fator imprescindível para que eles, todos pequenos produtores, enfrentem a crise que vem atingindo a agropecuária, em especial, a atividade leiteira." Antes nós não víamos essa possibilidade de baixar o custo de produção. Partíamos para brigar por melhor preço, sem perceber que a resposta poderia estar em baixar o custo de produção", explica Ronaldo: "Aprendemos que tem brecha para baixar e muito. Percebi como vinha trabalhando de maneira errada, estava trabalhando no vermelho".

Na visão de Arlete, a mudança na maneira de enxergar o agronegócio acarreta mudança de atitude: "Hoje em dia não existe mais roça. Temos que investir na qualidade do pasto, avançar na genética do gado, cuidar de todos os setores. Nossa instrutora sempre diz que somos empresários, não agricultores e que nossa empresa tem que valer a pena".

Boletim Informativo nº 936, semana de 20 a 26 de novembro de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná