Um ano depois, Paraná
ainda sofre |
A reinserção do Paraná no mercado internacional de carnes poderia estar em fase muito mais adiantada se, desde o início, as autoridades seguissem as regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) |
Um ano depois da declaração de suspeita de febre aftosa no Paraná, e conseqüente fechamento dos mercados à carne paranaense, o estado ainda contabiliza os prejuízos e não tem prazo definido para retomar as exportações. Mais de 50 países seguem com barreiras, parciais ou totais, à importação das carnes bovina e suína do Paraná. Só na indústria, o prejuízo passa dos R$ 600 milhões. Segundo analistas, no entanto, quem amarga as maiores perdas são os produtores, por que após a crise sanitária os preços da arroba do boi despencaram, chegando em junho a R$ 44,57. O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, veio a Curitiba (19/10) divulgar que foram |
suspensas todas as restrições sanitárias e que agora o esforço será para tentar recuperar a credibilidade do Estado junto à Organização Internacional de Epizotias (OIE). |
Guedes Pinto disse que levará à OIE nos próximos dias a documentação em que as autoridades brasileiras reconhecem o Paraná como área livre de aftosa. Os integrantes da entidade internacional se reúnem em dezembro e março, e caso o assunto não seja tratado ainda este ano, as autoridades brasileiras vão pedir uma reunião extraordinária. Contudo, mesmo se for recuperado o status de "livre de febre aftosa, com vacinação", a retomada das exportações de carne do Paraná vai depender de decisão dos países importadores. As negociações só devem voltar a ocorrer a partir de março. A reinserção do Paraná no mercado internacional |
Durante meses seguidos as autoridades paranaenses tentaram se livrar das conseqüências daquele anúncio, procurando levar a discussão para o campo político |
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de carnes poderia estar em fase muito mais adiantada se, desde o início, as autoridades seguissem as regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Apesar da pressão exercida pelas entidades privadas para uma solução rápida, a questão da febre aftosa no Estado se arrasta desde 21 de outubro do ano passado, quando a Secretaria da Agricultura anunciou publi- |
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Estado entrou numa disputa que sabia que não tinha chance alguma de vencer. Só se fossem reescritas as regras internacionais da saúde animal.Passaram-se quatro meses e meio até que |
os primeiros animais fossem sacrificados, e, nesse período, o Paraná amargou prejuízo diário de R$ 4,5 milhões. Ao final, foram sacrificados 6.781 animais das áreas suspeitas. Na visita a Curitiba, o ministro Luís Carlos Guedes Pinto disse que a sanidade precisa ser tratada de forma continental, pois o Brasil possui 13 mil quilômetros de fronteira com outros países. Em função disso, afirmou, o ministério tem defendido que a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), para a América |
Latina, e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) implementem ações sanitárias para o controle de pragas e doenças nas fronteiras. Como tarefa de casa, o ministro anunciou a ampliação de R$ 160 milhões para R$ 195 milhões dos recursos para a defesa sanitária, além da abertura para concurso de 390 fiscais agropecuários. |
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Boletim Informativo nº 934,
semana de 30 de outubro a 05 de novembro de 2006 |
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