Paraná perde R$ 923 milhões
na exportação de soja e carnes

O faturamento das exportações paranaenses dos complexos soja e carnes caiu quase 25% no período entre janeiro e setembro, quando o estado deixou de faturar US$ 425 milhões em relação ao mesmo período de 2005. Transformando o valor em reais pelo dólar médio do período (R$ 2,173/US$) chega-se a uma perda de receita de R$ 923 milhões. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

No desempenho por grupos de produtos o complexo soja (grão, farelo, óleo, margarina e lecitina), registrou uma receita de US$ 1,57 bilhão, ou seja, uma queda de 12% em relação a igual período de 2005 (US$ 1,78 bilhão), com variação

negativa de (-US$ 213 milhões), equivalente a R$ 463 milhões.As exportações de soja em grão somaram US$ 585 milhões A queda na receita externa da soja em grão foi de 24,5% . O preço médio no acumulado janeiro/setembro de 2006 para a soja em grão foi de US$ 227,55/t contra a média de US$ 232,89/t em igual período de 2005.

Foi escoado via Porto de Paranaguá um volume de 2,57 milhões de toneladas, 23% inferior em relação ao comercializado no mesmo período de 2005 (3,33 milhões de toneladas), ainda que considerando a comercialização dentro da média histórica, mas, ao mesmo tempo, portos vizinhos vêm registrando aumento da movimentação de soja em grão, conforme dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Foi escoado via Porto de Paranaguá um volume de 2,57 milhões de toneladas, 23% inferior em relação ao comercializado no mesmo período de 2005

O grupo carnes (aves, bovina, suína e outras) gerou receita de US$ 697 milhões contra US$ 909 milhões, queda de 23% (-US$ 212 milhões), correspondente a R$ 460 milhões em função da combinação de fatores adversos como: a redução de demanda externa (gripe aviária); os embargos impostos pela Rússia à carne suína e ocorrência de focos de febre aftosa no Estado. Não houve registro de comercialização de carne bovina haja vista os problemas sanitários e suas respectivas conseqüências. O volume exportado de carne suína

passou de 51 mil toneladas para 18 mil toneladas (-65%) e a receita caiu de US$ 116 milhões para apenas US$ 28 milhões.

Complexo Produtos Florestai

O setor de madeira e suas obras passou de US$ 826 milhões para US$ 797 milhões. Já o setor de papel e celulose foi um dos poucos setores que contribui positivamente, passou de US$ 137 milhões para US$ 162 milhões.

Demais complexos agroindustriais

• As exportações de milho em grão foram beneficiadas pelos preços de exportação que passaram de US$ US$ 98,11/tonelada para US$ 107,54/tonelada. A receita obtida foi de US$ 260 milhões e o volume comercializado de 2.420 mil toneladas.

• As exportações de café (grão e solúvel) registraram desempenho positivo em razão de preços internacionais mais elevados, com receita total de US$ 177 milhões.

• O complexo sucro-alcooleiro (açúcar bruto e álcool etílico) totalizou no acumulado janeiro/setembro de 2006 uma receita de US$ 319 milhões contra US$ 202 milhões, um aumento de 58% relativamente ao mesmo período de 2005. As exportações de açúcar foram de US$ 230 milhões e as de álcool etílico de US$ 88 milhões.

Alguns dos principais mercados importadores registraram variação negativa em relação a igual período do ano passado, como Estado Unidos, Alemanha, China, Japão, Rússia, Arábia Saudita e Coréia do Sul entre outros.

Gilda Bozza Borges
Economista - DTE / FAEP