Exportações do complexo carne do
Paraná têm perda de 15 por cento

O complexo carnes (aves, suína, bovina e outras) teve queda de 15% de janeiro a junho de 2006. A receita do setor passou de US$ 537 milhões para US$ 455 milhões (-US$ 82,1 milhões). Em reais a perda foi de R$ 179 milhões (dólar médio de R$ 2.179,00/US$).

O volume comercializado caiu de 428 mil toneladas para 379 mil toneladas (-49,6 mil toneladas) correspondente a queda de 11%.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos seis primeiros meses de 2006 as exportações de carne 

bovina registraram queda de 88%, caindo de US$ 48,3 milhões para US$ 5,6 milhões, produto da suspeita de foco de febre aftosa e suas conseqüências. Em volume comercializado caiu de 21,5 mil toneladas para 2,8 mil toneladas   (-87%).

As exportações de carne suína também registraram perdas; a receita passou de US$ 60,1 milhões para US$ 18,8 milhões (-69%). O volume comercializado caiu de 27 mil toneladas para 12 mil toneladas (-56%).

Efeito febre aftosa - A suspeita de febre aftosa em outubro de 2005 no Estado do Paraná resulta

Perda receita complexo carnes de US$ 82.171 mil, aplicando o dólar médio do período de R$ 2.179/US$ (1º semestre/2006), tem-se o equivalente a R$ 179 milhões (1º semestre de 2006). Somando a perda de receita do setor de carne bovina registrado em 2005 de US$ 24.272 mil (R$ 61 milhões) , a queda acumulada em reais é de R$ 240 milhões apenas pela ótica das exportações.

em perda econômica (risco sanitário), além da perda de mercado duramente conquistado. As perdas atingem todas as conexões do sistema econômico (mais de 60 setores da economia, exportações, queda de preços, fechamento de estabelecimentos – industriais, comerciais e agropecuário, desemprego, desarticulação do sistema de integração (aves e suínos), desarticulação nas cadeias produtivas (rações, criadores de matrizes, produtores rurais, frigoríficos e cooperativas); perdas de ICMS e perdas das vendas.

   A fragilidade do sistema de defesa agropecuária, a falta de investimentos para manter e ampliar a estrutura de fiscalização pode ser medida, em uma primeira etapa, pela perda de receita nas exportações do complexo carnes pelo Porto de Paranaguá.

Carne bovina - Em 2005 essa perda pôde ser observada mais especificamente nas exportações de carne bovina com queda de receita de 24%, passando de US$ 101 milhões para US$ 77 milhões, ou seja menos US$ 24.272 mil, equivalente pelo lado da política 

cambial/preços/volume, observa-se uma perda de R$ 61 milhões.

No 1º semestre de 2006 as perdas assumem maior amplitude, aplicando a mesma metodologia tem-se uma queda de receita no setor de carne bovina de R$ 93 milhões.

Carne suína - As exportações de carne suína no 1º semestre de 2006 registram uma queda de receita de US$ US$ 41 milhões, ou seja um decréscimo de 69%, equivalente a R$ 90 milhões. A queda é resultante da deficiência da defesa sanitária e do embargo da Rússia.

Carne aves - As exportações de carnes de frango assinalam queda no volume comercializado de 354 mil toneladas para 330 mil toneladas. A receita caiu de US$ 384 milhões para US$ 379 milhões, em função de preço mais baixos e volume exportado. Perdas equivalentes a R$ 10,5 milhões.

As exportações de carne de peru foram exceção, com aumento de receita de 15%, passando de US$ 35,7 milhões para US$ 41,2 milhões.

Demais Carnes - As exportações do setor "demais carnes" registram incremento, passando de US$ 8,8 milhões para US$ 10,2 milhões.

PARANÁ
EXPORTAÇÕES – 1999-2005

Gilda Bozza Borges
Economista - DTE/FAEP