Agricultores em Tibagi discutem
consolidação da área de olerícolas

Melancia e morango são alternativa de melhoria
da renda na pequena propriedade



Encontro pioneiro incentiva a diversificação das pequenas propriedades de Tibagi. Realizado dia 5, a reunião teve por tema os cultivos de melancia e morango (olerícolas) e da amora (fruta). Ivo Arnt Filho, presidente do Sindicato Rural (Sistema FAEP), um dos órgãos promotores do evento, explica o objetivo do programa. "Estamos procurando novas alternativas para os agricultores familiares", disse, destacando o papel da olericultura nesse processo.

Mais de 150 pequenos produtores de várias comunidades estiveram presentes. A FAEP foi representada por Livaldo Gemin, diretor - Financeiro da FAEP. A agrônoma Elisangeles de Souza, do Departamento Técnico Econômico da FAEP, e técnicos da Emater deram as palestras. A diversificação conta com linhas de financiamento do Banco do Brasil e do Pronaf.

Melancia - Cultivada há 10 anos no município, a melancia tem uma produção praticamente estabilizada. Embora venha recebendo uma cotação firme (preço de R$ 0,20/ kg), o alto custo da mão-de-obra na colheita, que é toda manual, têm limitado a expansão da área.

Mas o produto se destaca junto ao consumidor. Um dos fatores é que a melancia abastece o mercado durante a entressafra dos demais estados produtores, como São Paulo e de Minas Gerais para cima. O cultivo dá entre a primavera e o começo do verão, quando as temperaturas são mais altas. O principal mês é dezembro, na época das festas de fim de ano. Em janeiro a cidade realiza a Festa de Melancia de Tibagi, que marca o final da colheita. Toda a produção tem comprador certo, para a Ceasa de Londrina e atacadistas de SP.

O Senar Paraná e o Sindicato Rural acompanham os agricultores. Oferecem orientação e treinamentos de capacitação da mão-de-obra da cultura. Até o final deste ano estão agendados mais quatro cursos do módulo de olericultura para produtores e trabalhadores rurais de Tibagi. O município tem hoje 300 hectares de áreas nativas ou em descanso cultivados a partir de setembro com a olerícola. A produção varia de 25 toneladas e a 40 toneladas por safra.

Morangos - Uma opção mais recente é o cultivo do morango. O primeiro plantio comercial ocorreu em maio deste ano, num projeto conjunto com o vizinho município de Reserva. Conforme dados da Emater – Tibagi, foram plantados 410 mil pés de morangos. A primeira florada já se deu. O cultivo sofreu uma pequena interrupção, causado pela geada do começo de setembro.

De agora em diante, e até dezembro, com a volta do calor, seguem –se mais 4 ou 5 floradas. A expectativa dos produtores é o preço não sofrer grandes oscilações, e se manter na época de safra. Na média, eles vêm recebendo R$ 3,50 o quilo, o que é considerado bom. Mas o preço oscila muito.

Walber Hull da Silva (Emater) considera o morango uma das alternativas para a agricultura familiar. Não só para aproveitar a mão-de-obra das pequenas propriedades da região na entressafra das demais culturas, como por contribuir para fixar os jovens da área rural, evitando a ociosidade de adolescentes maiores de 16 anos, que acabam deixando o campo para procurar emprego e renda nas cidades.

Amora - O cultivo da amora começa a ser incentivado. Recentemente, agricultores de Tibagi foram levados em uma viagem técnica ao município de Rio Azul, que tem produtores há mais tempo na atividade. A formação dos pomares será feita com uma espécie semelhante a da framboesa.

Toda a produção dali também tem destino certo, para compradores que já se comprometeram em comercializar a safra da região. A amora exige um pouco mais do produtor, levando 18 meses entre plantio e venda. O projeto prevê o plantio de mil pés por agricultor, com 30 produtores participantes.


Boletim Informativo nº 929, semana de 25 de setembro a 01 de outubro de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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