Noroeste
Agricultores querem
revisão |
A mudança do zoneamento agroclimático do Noroeste foi defendida em documento assinado dia 1.º de setembro por mais de 120 produtores, lideranças rurais, representantes da assistência técnica oficial e privada em simpósio que aconteceu na parte da manhã, na Sociedade Rural de Maringá. Ao final do encontro, houve consenso entre os participantes de que o atual zoneamento agroclimático definido pelo Ministério da Agricultura – e que serve de base para concessão de financiamentos de custeio, Proagro e seguro – está distante da realidade climática atual e das variedades de soja e milho plantadas e mais produtivas. Na prática, existe uma contradição entre os critérios do zoneamento agroclimático oficial e a realidade em termos de cultivares. Com isto, quando o produtor – por experiência e recomendação técnica – opta por cultivares cujas datas de plantio não coincidem com a recomendação oficial, eles ficam alijados do crédito de custeio. Correm, ainda, riscos financeiros enormes se houver frustração de safra provocada por problema climático ou por doenças nas lavouras. O problema maior está na cultura de soja, o carro-chefe da economia regional e do agronegócio paranaense. Problemas - Além do insuficiente número de estações climatológicas, o Noroeste enfrenta outro problema: é uma região atípica. Por estar localizada em faixa climática de transição, apresenta comportamento inconstante entre frio e calor e entre chuva e sol. As variações do clima são tão acentuadas que, nos últimos três anos, a região acumulou grandes prejuízos na produção provocados por intempéries. Os participantes querem uma revisão no atual zoneamento agroclimático do Ministério da Agricultura para permitir, por exemplo, a antecipação de plantio de culturas anuais e com variedades precoces. Assim, seriam evitadas a floração e a formação de grãos entre janeiro e fevereiro, meses de acentuada instabilidade climática, conforme demonstram os últimos sete anos. Na prática, a antecipação no calendário agrícola vem garantindo maior produtividade à soja em comparação à época preconizada pelo zoneamento agrícola oficial. Só que antecipando-se o plantio com cultivares não indicadas oficialmente, todos os riscos correm por conta do produtor, segundo afirma José Antônio Borghi, presidente do Sindicato Rural de Maringá. Em resumo, a readequação do modelo atual para uma realidade de campo – e comprovada por experimentos locais – é a melhor alternativa para garantia de direitos e tranqüilidade dos produtores. Esta posição, em documento aprovado no simpósio de ontem, é defendida pelas seguintes instituições: Sindicato Rural de Maringá, Cocamar, Unicampo, Emater, Banco do Brasil e Sociedade Rural de Maringá. |
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Boletim Informativo nº 928,
semana de 18 a 24 de setembro de 2006 |
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