USDA/soja

Estados Unidos terão produção
de 84,1 milhões de toneladas

O relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos de oferta e demanda mundial para a safra 2006/07 deverá repercutir nas cotações do grão na Bolsa de Chicago. As estimativas da safra norte-americana de soja foram reavaliadas para cima, passando de 79,7 milhões de toneladas do relatório de agosto para 84,1 milhões de toneladas (+4,4 milhões de toneladas) e não surpreenderam o mercado, ficando dentro do esperado, haja vista as boas condições climáticas. As estimativas de estoque final foram reavaliadas de 12,2 milhões de toneladas para 14,4 milhões de toneladas. Exportações norte-americanas estimadas em 30,6 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 27,5%.

Conseqüentemente, a produção mundial foi reajustada para 221,9 milhões de toneladas contra 217,7 milhões de toneladas do relatório de agosto (+ 4,1 milhões de toneladas). O consumo mundial permaneceu em 220 milhões de toneladas e as exportações mundiais foram estimadas em 70,0 milhões de toneladas. Os estoques mundiais foram retificados para 52,4 milhões de toneladas, o maior volume desde a safra 1985/86. A relação estoque/consumo mundial ficou em 23,8%.

Quanto ao Brasil, segundo maior produtor mundial, o USDA manteve a produção em 56 milhões de toneladas; o consumo foi reajustado para 29,8 milhões de toneladas e as exportações passaram de 25,4 para 26,0 milhões de toneladas, representando 85% das exportações norte-americanas de soja, sinalizando perda de espaço no mercado mundial. Os estoques finais passaram de 16,7 milhões para 15,2 milhões de toneladas.

Relativamente à Argentina, o relatório manteve a produção em 41,3 milhões de toneladas, as exportações passaram de 7,8 milhões de toneladas para 7,0 milhões de toneladas e estoques finais estimados em 16,6 milhões de toneladas contra 15,2 milhões de toneladas do relatório anterior.

As projeções de preços para a safra 2006/07 sinalizam preço médio entre US$ 10,80/saca a US$ 13,01/saca. Ao dólar atual de R$ 2,1730/U$S, tem-se um preço médio estimado entre R$ 23,47/saca a R$ 28,28/saca. É pouco provável pressupor uma reação dos preços frente ao quadro de oferta mundial e o volume de estoques finais previstos. Vale ressaltar que os três principais produtores mundiais de soja – Estados Unidos, Brasil e Argentina – detêm 88% do estoque final.

Os analistas entendem que no atual momento - dólar na faixa de R$2,20/US$ e sinalizando um desempenho de estabilidade; produtores descapitalizados e elevado grau de endividamento - seria oportuno a utilização dos mecanismos de proteção por parte dos produtores, com o objetivo de garantir alguma rentabilidade na safra 2006/2007.

Nesse sentido, a Federação da Agricultura vem trabalhando para que seus produtores intensifiquem o emprego dos mecanismos de Bolsa.

Na Bolsa de Chicago (CBOT) os contratos para o primeiro vencimento, setembro/06, pressionados pelo efeito relatório fecharam em baixa, cotados a US$ 11,62/saca, correspondente ao dólar vigente a R$ 25,25/saca de 60 kg.

SOJA
QUADRO MUNDIAL 
(em milhões de toneladas)

Itens

2002/03

2003/04

2004/05

2005/06(*)

2006/07(**)

Estoque inicial

32,18

40,50

38,60

48,26

51,39

Produção

197,31

186,26

215,95

218,64

221,89

Importação

62,87

54,25

63,50

64,17

69,42

Esmagamento

164,91

163,84

175,65

185,08

190,76

Consumo total

190,57

189,96

205,26

214,49

220,12

Exportação

62,07

55,86

64,54

65,20

70,08

Estoque final

40,50

38,60

48,26

51,39

52,49

Estoque/consumo (%)

21,2

19,9

23,5

23,9

23,8

Fonte: USDA – setembro de 2006
(*) Estimativa (**) Projeção

 

 

DTE/FAEP 
Gilda M. Bozza
Economista


Boletim Informativo nº 928, semana de 18 a 24 de setembro de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR