Produtor põe o pé no freio nos |
Dados do Banco Central mostram que a safra 2005/06 registrou uma redução nos financiamentos para a agropecuária empresarial e forte ampliação dos recursos destinados para a agricultura familiar. O volume de crédito destinado à agropecuária empresarial, somatória dos financiamentos para custeio, comercialização e investimentos, aumentou apenas 2% passando de R$ 42,7 bilhões na safra 2004/05 para R$ 43,6 bilhões no ciclo 2005/06. O aumento de apenas 2% não acompanhou nem a inflação registrada pelo INPC de 2,79% no período de julho de 2005 até junho de 2006. |
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Pelas informações do BC, a primeira redução real na história dos financiamentos ao setor rural foi causada especialmente pela retração de 30% na concessão de crédito para as operações de financiamento do investimento. O volume de empréstimos nestes programas caiu de R$ 7,9 bilhões para R$ 5,5 bilhões na comparação com a safra 2004/05. Os resultados são reflexo da crise iniciada em 2004 com os problemas climáticos e o descasamento da renda e custo atrelados ao dólar. Diante da baixa expectativa de melhora de renda, os produtores colocaram o pé no freio nos investimentos. O mais preocupante é a formação da taxa de juros dos financiamentos obtidos pelos produtores nos agentes financeiros. Dificilmente um produtor consegue a liberação total dos recursos com taxas controladas em 8,75% ao ano para o custeio da safra. Geralmente terá que fazer o "mix" de recursos, ou seja, tirar uma parte dos valores com taxas controladas e outra parte com taxas de juros livres que variam entre 15% a 30% ao ano. Frente a baixa oferta de recursos nos agentes financeiros, a grande parte dos produtores teve que tomar recursos com juros mais caros em cooperativas, traddings e indústrias fornecedoras de insumos. Os juros livres que já representaram na safra 2002/03 apenas 21,5% dos recursos de custeio e comercialização, registraram 36,4% de participação na última safra. Os produtores tomaram dinheiro mais caro nos bancos em pleno auge da crise. Na agricultura familiar, os custeios e investimentos do Pronaf tem juros que variam entre 1% ao ano até 8,75% nas linhas mais caras.
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Boletim Informativo nº 926, semana de 28
de agosto a 03 de setembro de 2006 |
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