Paraná terá redução de área 
plantada para o trigo
Como o consumo nacional mantém-se estável, aumenta a dependência das 
importações, principalmente da Argentina, que é nosso maior exportador

Os últimos acompanhamentos da cultura realizados pelo IBGE indicam ainda que a área efetivamente plantada no Paraná é de somente 883.164 hectares com 56.680 hectares perdidos em função da estiagem e queda da produção para 1.755.371 toneladas (-26,05%).

Como o consumo nacional mantém-se estável, à ordem de 10,5 milhões de toneladas, aumenta a dependência das importações, principalmente da Argentina, que é nosso maior exportador. Na safra passada, das 5,7 milhões de toneladas importadas pelo Brasil, 80,2% vieram da Argentina e neste ano, até a metade do mês de agosto, 34% do total de importações de trigo da Argentina já se concretizaram, o que eqüivale a 1,6 milhões de toneladas. (Ver tabela 2)

Em virtude desta dependência, é importante acompanharmos o desenvolvimento da safra argentina, que também se ressente com a falta de chuvas. Apesar da expectativa de aumento de área de plantio e de produção, o país também considera a possibilidade de perdas e esta variação de produção somada com a situação da safra americana, que registra apenas 42% das lavouras em condições boas a excelentes, mantém os preços nos atuais patamares, com cotações de R$ 350,00/ton ou R$ 21,00/saca no Brasil contra US$ 182/ton. na Argentina (R$ 390,00/ton.), segundo dados da SAGPyA (Secretaria da Agricultura da Argentina), ambos abaixo do preço mínimo de R$ 400,00 a tonelada.

Outro aspecto do mercado que precisa ser levado em consideração é a influência que a importação de farinha de trigo e de pré-mistura tem no comércio do cereal. O Brasil importou em 2002, 95 mil toneladas de farinha e 107 mil toneladas de pré-mistura, em 2005 totalizou 280 mil toneladas e neste ano deve chegar a 320 mil toneladas entre os dois derivados. Estes volumes reduzem a industrialização nacional, geram desemprego e afetam diretamente as cotações no mercado interno.