SENAR trabalha inclusão de pessoas
com necessidades especiais


Situações simuladas levam os
participantes a experimentar
situações vividas por pessoas
com necessidades especiais

A administração central do SENAR está levando a campo um programa de inclusão de pessoas com necessidades especiais em seus eventos de formação profissional rural e promoção social. Entre os dias 2 e 4 de agosto, 30 pessoas entre instrutores, supervisores e técnicos do SENAR-PR participaram de um treinamento que inicia um trabalho de preparação do grupo no atendimento a este público. Foram realizadas dinâmicas e oficinas que permitiram que os participantes vivenciassem algumas situações e sensações dos portadores de deficiência. "Experimentar o outro lado, é muito bom. Muda totalmente a forma de enxergar essas pessoas. São pessoas com as mesmas ansiedades que nós e que vão a luta", define a instrutora que presta serviços ao SENAR-PR, Marli Ivete Bonatto.

O Programa batizado de Apoena (aquele que enxerga longe, em tupi) iniciou no ano passado como piloto com a participação de algumas regionais. De lá para cá, 1,2 mil pessoas já foram incluídas nos treinamentos em cinco regionais e 430 agentes foram formados no Brasil. De acordo com a pedagoga Deimiluce Lopes Fontes, coordenadora do Apoena, após a formação dos instrutores, cada regional trabalhar, seja com turmas exclusivas ou com turmas inclusivas, de acordo com a demanda levantada

em campo.


   Fontes lembra que o Sistema S foi convidado pelo Ministério Público a trabalhar com inclusão em seus eventos, o que acredita ser uma grande vantagem para a instituição, conseguir trabalhar com inclusão, otimizando seu trabalho em todos os aspectos: "O instrutor que otimiza sua fala e sua atuação não ajuda somente a pessoa deficiente, mas também o restante do público". O objetivo do SENAR-PR é trabalhar nas duas linhas propostas. Já foram reformatados os plano de aula e ampliada a carga horária de alguns dos cursos que apresentam maior demanda nesse sentido, como Jardinagem,

Artesanato em palha de milho, Conservas vegetais e Derivados de leite. Os primeiros pilotos vão a campo já nos meses de agosto e setembro. De acordo com a técnica do SENAR-PR, Josimeri Grein, tanto o trabalho de formação de instrutores quanto o de adaptação dos cursos não se esgota: "Com certeza, no próximo ano outras áreas serão incluídas para atender a demanda".



   De acordo com a organização, os participantes responderam muito bem aos três dias de treinamento. Marcia Felisbino, instrutora de artesanato e culinária, destaca as oficinas onde, em situações simuladas, os participantes perceberam o mundo como pessoas com deficiência auditiva, visual e motora. "A gente pode sentir um pouco do que são as dificuldades deles . Vou ter muito mais consciência de como é importante incluir essa pessoa". Na avaliação de Claudete Figueiredo, instrutora nas áreas de Promoção Social e Gestão rural, o treinamento ofereceu uma boa oportunidade de crescimento pessoal. "A gente imagina as

dificuldades mas só consegue sentir quando vive na pele. As dinâmicas nos levaram bem próximo da realidade".


   Para a coordenadora do programa, o fundamental é que se quebre a barreira de atitude. "No meio rural não tem como a gente fazer rampa, alargar portas, calçar a casa até o curral. Nosso meio é um meio atípico, completamente diferente do meio urbano onde se quebram as barreiras físicas. A gente precisa trabalhar com a barreira atitudinal", explica Deimiluce, e complementa: "A gente ensina aos agentes do SENAR que é preciso balizar todas as nossas ações em cima da pessoa e não da deficiência. Enquanto a gente tiver enxergando só a deficiência e gente vai trabalhar em cima só do que a pessoa não pode fazer".



Boletim Informativo nº 924, semana de 14 a 20 de agosto de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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