Agronegócio ainda sustenta
balança comercial brasileira

O saldo da balança comercial do agronegócio somou US$ 23,033 bilhões no período de janeiro a julho deste ano, um crescimento de 7,71% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit havia sido de US$ 21,383 bilhões.

Entre janeiro e julho, segundo dados do Ministério da Agricultura, as exportações agrícolas renderam US$ 26,595 bilhões, valor recorde, e crescimento de 9,6% na comparação com o resultado do período anterior. No acumulado do ano, os gastos com importações cresceram 23,3%, totalizando US$ 3,562 bilhões.


   Os setores que mais contribuíram para o incremento das exportações agrícolas no mês de julho foram o setor sucroalcooleiro e o complexo soja. Esses dois setores foram responsáveis por quase 80% da variação absoluta das exportações no mês de julho. As exportações agrícolas renderam US$ 5,236 bilhões em julho, crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mês, as exportações do setor carnes apresentaram um declínio de 15,3%, de US$ 807 milhões para US$ 683 milhões.

Carnes. As vendas externas de carne bovina in natura cresceram 4,6%, resultado de preços 16% superiores. Mas houve retração de 10% no volume. E as vendas externas de carne de frango in natura diminuíram 36%, resultado de uma queda de 30% na quantidade exportada e redução de 8,6% nos preços em relação a igual período do ano anterior. As exportações de carne suína também tiveram retração. Em relação a julho de 2005, a quantidade exportada do produto diminuiu 38,7%, enquanto os preços subiram 7,9%.

Paraná concentra perda de faturamento das Cooperativas

Uma análise da queda de faturamento do setor de cooperativas, feita a partir do "Anuário Exame do Agronegócio 2006-2007", mostra que entre as 150 empresas do agronegócio no Brasil, 11 cooperativas associadas às produções de grãos, cereais e fibras, apresentaram queda no faturamento bruto no comparativo entre 2005 e 2004, de R$ 2,25 bilhões ou uma queda de 17%. Entre as 11 cooperativas listadas, sete estão no Paraná e registraram uma queda no faturamento bruto de R$ 1,97 bilhão, um recuo de 20%, passando de R$ 9.66 bilhões (2004) para R$ 7,69 bilhões (2005), representando 76% da queda no faturamento total do setor em 2005.

O estudo comparativo foi feito por Marcos Fava Neves, professor associado da FEARP/USP, e Evaristo Marzabal Neves, professor titular da ESALQ/USP. Os autores foram citados em reportagem da Revista Agroanalysis, de julho de 2006, que aborda o "efeito dominó" da crise agropecuária nos demais setores industriais. Eles chamam de "demanda derivada" o fato do setor da agroindústria de "antes da porteira" depender da saúde financeira e do fôlego de "dentro da porteira".

As principais variáveis elencadas que afetaram o setor de grãos, estão a queda nos preços internacionais; a valorização do real; a elevação dos custos de produção; o emprego de menor tecnologia; a repactuação de dívidas; a estiagem nas principais regiões produtoras do país; e a incidência de pragas e doenças (ferrugem asiática). n

Rússia manterá embargo
à carne do Paraná e MS

Com exceção de do Paraná e do Mato Grosso do Sul, os demais estados serão autorizados a vender carne para a Rússia, segundo anunciou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel. Em relação aos dois estados, Maciel disse que não existe a menor perspectiva de reabertura neste momento, porque os trabalhos sanitários não foram concluídos. (A informação é da Agência Brasil).

Dois veterinários russos estão no Brasil desde o começo de agosto para vistoriar laboratórios, serviços de defesa sanitária e as regiões de Mato Grosso do Sul e do Paraná onde foram diagnosticados focos de febre aftosa a partir de outubro do ano passado. Só em Mato Grosso do Sul foram confirmados 33 casos da doença.

Em resposta ao problema sanitário, o governo russo barrou as importações de carnes e subprodutos de oito estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Em abril, o Rio Grande do Sul recebeu autorização para retomar as vendas para Moscou. Atualmente, além do Rio Grande do Sul apenas Tocantins e Rondônia estão habilitados a vender carnes para a Rússia.


Boletim Informativo nº 924, semana de 14 a 20 de agosto de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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