Custos operacionais da
pecuária voltam a crescer


Desde fevereiro de 2003, quando se iniciou a pesquisa,
os custos totais da pecuária de corte acumulam alta de 31%

Os custos operacionais da pecuária voltaram a crescer no mês de maio em ritmo mais acelerado que a inflação geral da economia. De acordo com pesquisa realizada em nove estados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP) em convênio com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os custos efetivos, que representam os desembolsos mensais do produtor, aumentaram 0,56% no mês de maio. Já os custos totais tiveram um incremento de 0,90%.

A variação do IGP-M (Índice Geral de Preços no Mercado) no mês de maio foi de 0,38%. Os principais

responsáveis pelo crescimento dos custos foram o serviço terceirizado de desmatamento, máquinas e implementos agrícolas e bezerros.

Os valores acumulados de janeiro a maio deste ano registraram aumento de 5,32% para os custos efetivos e 4,22% para os totais, na média dos nove estados pesquisados. Apesar do comportamento de baixa observado no primeiro trimestre, a partir de abril os custos começaram a crescer estimulados pelo aumento do salário mínimo e as mudanças em variáveis econômicas, como câmbio e taxa de juros.

Os custos efetivos aumentaram 4,94% e os custos totais 3,53% em abril deste ano. Em contrapartida, os preços da arroba bovina acumularam queda de 6,41% nos primeiros cinco meses do ano, agravando a crise gerada pela perda de renda da pecuária de corte nos últimos três anos. Desde fevereiro de 2003, quando se iniciou a pesquisa, os custos totais da pecuária de corte acumulam alta de 31%, enquanto os preços da arroba bovina apresentam queda de 16,8%, em termos nominais.

As exportações de carne bovina somaram US$ 351,6 milhões no mês de junho/2006, registrando aumento de 15% em relação a junho de 2005. Este resultado reflete o aumento dos preços médios da carne bovina exportada, uma vez que os embarques do produto em maio apresentaram queda de 2,52%, somando 206 mil toneladas pelo conceito de equivalente carcaça. O preço médio de exportação da carne bovina in natura no mês de junho/2006 foi de US$ 2.612 por tonelada (+16,4%), enquanto o da carne bovina industrializada foi de US$ 2.705 (+47,6%).

No acumulado de janeiro a junho de 2006, as exportações de carne bovina alcançaram US$ 1,717 bilhão, aumento de 16,24%, com embarques de 1,066 milhão de toneladas (equivalente carcaça), com aumento de 0,58%. Esses dados mostram que o Brasil vem conseguindo manter suas exportações de carne bovina em 2006, apesar dos embargos motivados pelos focos de febre aftosa que afetaram o rebanho bovino brasileiro a partir de outubro de 2005.


Boletim Informativo nº 919, semana de 10 a 16 de julho de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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