Paraná defende 80% para custeio
e inclusão do trigo e da mandioca

Produtores do Paraná encaminham novas propostas para facilitar a solução, a curto prazo, de problemas relacionados ao endividamento agropecuário. Eles pediram a revisão dos percentuais por produto e por região, de parcela da dívida de custeio a ser alongada automaticamente por quatro anos.

Os produtores defendem que o percentual de alongamento da soja deva ser igual ao da região Centro- Oeste, fixado em 80%. Pedem que o trigo e a mandioca sejam incluídos entre os produtos beneficiados com a oportunidade de renegociação. Ofício neste sentido foi encaminhado aos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, da Fazenda, Guido Mantega, e bancadas de deputados federais, em Brasília.

Ágide Meneguette, presidente da FAEP, explica que as medidas implicam na rediscussão de pontos do pacote, com objetivo de resolver questões que passaram batidas quando da formulação do pacote agrícola de maio. A expectativa é que os ajustes do processo de renegociação sejam definidos logo.

Um dos exemplos está nas dívidas de custeio de milho para o Sul do País. São débitos que tiveram a parcela do alongamento automático fixada em apenas 20%, apesar de o milho ter sido uma das culturas mais prejudicada nos períodos sucessivos de estiagem dos últimos três anos.

Outro caso é o da soja, com 50% de alongamento automático, o produto que mais perdeu preço em razão da política cambial e sofreu o impacto da seca e da doença ferrugem asiática.

Ágide aponta também os entraves surgidos na comercialização de trigo, entre 2005 e 2006 devido à taxa cambial e a concorrência do produto importado da Argentina.

Os triticultores brasileiros viram-se obrigados a vender o produto a preços entre R$ 18 / 19,00 a saca, bem abaixo do mínimo de garantia, reduzido de R$ 24,00. O trigo não faz parte do rol de produtos beneficiados, nem a mandioca, que também teve seu preço comprometido pela crise agropecuária.