A conclusão é do economista Jefrey Kleine Albers que chegou ao índice médio de endividamento de 187% de uma receita anual: "Comparamos as receitas com as despesas totais de cada safra, desde a safra de inverno de 2004, que apresentava prejuízo de 30%. Somados os prejuízos de lá para cá chegamos a esse índice que além de estarrecedor, prova que as medidas são insuficientes e evidencia a incapacidade de pagamento dos produtores rurais".

O estudo inclui uma simulação em que foi considerado um cenário otimista, no qual os preços pagos ao produtor são compatíveis com os custos

de produção, cobrindo todos os gastos, inclusive aqueles relacionados à subsistência do produtor e sua família e ainda permitem uma margem de lucro de 10%. Assim, a viabilidade de pagamento aconteceria somente no prazo de 25 anos. Se forem adicionados

à dívida juros de 3% a.a., a margem de lucro necessária passaria para 12,57% sobre as receitas. Nas condições atuais as contas não têm se comportado assim, as safras continuam contabilizando prejuízos e a acumulação de capital é impossível.

Em função deste panorama a FAEP insiste em propostas que, além do alongamento as dívidas, reduzam custos e aumentem a receita da produção, como por exemplo, a intervenção no câmbio, a liberação de importação direta de agroquímicos pelos produtores, alteração na lei de cabotagem e drawback.

Boletim Informativo nº 914, semana de 5 a 11 de junho de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná