CNA

Balança comercial do agronegócio
cresceu 5,9% de janeiro a abril

Apesar do aumento nas exportações, o diretor do Departamento de
Comércio Exterior da CNA, Antonio Donizete Beraldo, apontou que o ritmo
de crescimento está mais fraco, fruto principalmente do problema cambial

A balança comercial do agronegócio registrou no primeiro quadrimestre de 2006 superávit de US$ 11,24 bilhões, crescimento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2005. As exportações do setor cresceram 8,2%, atingindo US$ 13,24 bilhões. Já as importações cresceram 22,8% de janeiro a abril, atingindo US$ 1,99 bilhão. Apesar do aumento nas exportações, o diretor do Departamento de Comércio Exterior da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Donizete Beraldo, apontou que o ritmo de crescimento está mais fraco, fruto principalmente do problema cambial.

O complexo soja continua liderando as exporta- ções do agronegócio, somando US$ 2,57 bilhões de


O complexo soja continua liderando as exportações
do agronegócio, somando US$ 2,57 bilhões de janeiro
a abril, aumento de 9,7%

janeiro a abril, aumento de 9,7%. As exportações do complexo carne subiram 4,9%, atingindo US$ 2,3 bilhões nos quatro meses. O crescimento mais expressivo nas exportações ocorreu no setor de açúcar e álcool, com expansão de 20,1%, totalizando US$ 1,4 bilhão no primeiro quadrimestre.

Segundo Donizete, as exportações totais do agronegócio em 2006 deverão somar US$ 43 bilhões, resultado praticamente estável em relação a 2005. No lado das importações, Donizete projeta um total de US$ 6 bilhões, ante US$ 5,2 bilhões em 2005. ‘’Isso vai provocar uma queda no saldo da balança comercial e, consequentemente, uma redução na participação do setor em toda a balança comercial do País’’, disse.

PIB - O assessor técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Getúlio Pernambuco, afirmou que, se for confirmada a projeção de queda de 1,28% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em 2006, será o segundo ano consecutivo de redução nesse indicador, o que implicará numa perda de R$ 33,12 bilhões no período.

Segundo ele, o processo de queda no PIB do agronegócio reflete a combinação entre custos em alta e preços de comercialização mais baixos em virtude do câmbio. Ele explicou que a valorização do real não tem sido suficiente para conter o aumento nos custos dos principais itens da atividade agropecuária, como fertilizantes frete, diesel e fungicidas, que têm registrado aumentos em dólar. Além disso, a diferença entre o valor do câmbio no plantio e o registrado na época da colheita também impactou de forma ‘’perniciosa’’ a agricultura.

Pernambuco disse ser necessário olhar com atenção o dado do PIB do agronegócio, relativo ao primeiro trimestre, que será divulgado pelo IBGE. Segundo ele, provavelmente haverá um aumento no PIB do setor no período divulgado pelo instituto. Mas, segundo ele, a informação a ser divulgada é ‘’errada’’ porque o IBGE só considera a quantidade produzida sem levar em levar em conta os preços.

A CNA projeta para este ano uma queda de 2,2% no valor bruto da produção agropecuária (VBP), que calcula a receita bruta dos 25 principais produtos da agropecuária brasileira. Se confirmada tal queda, o VBP sairá de R$ 175,1 bilhões em 2005 para R$ 171,3 bilhões no final deste ano. Será a terceira queda consecutiva no valor bruto da produção.


Boletim Informativo nº 914, semana de 5 a 11 de junho de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR