Deputado levou pleito dos produtores à Câmara |
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No dia em que milhares de produtores rurais saíram às ruas do país, numa manifestação histórica contra a pior crise que aflige o setor em décadas, o deputado federal Ricardo Barros levou o pleito da agricultura também à tribuna da Câmara dos Deputados. "O Brasil não pode abandonar seus agricultores e pecuaristas numa hora tão difícil, numa crise da qual são apenas vítimas, já que não controlam o clima, nem fazem os preços, deixam a infra-estrutura virar sucata e muito menos escolhem a política cambial", afirmou o deputado. Em seu discurso, Ricardo Barros observou que o "desespero dos agricultores e pecuaristas" se deve a três anos consecutivos de seca a que somaram a "ocorrência da febre aftosa e uma política cambial suicida". "Os agricultores estão vendendo seus produtos a preços vis", disse Barros, lembrando que já se perderam cinco safras – duas de verão e 3 de inverno, uma, por colher, sem esperança de preço. A primeira safra de verão foi plantada em 2004, lembrou o deputado, com o dólar a R$3,10, e colhida no primeiro semestre, com o dólar a R$2,40. "A safra de 2005, plantada com o dólar a R$2,40 e colhida com o dólar a R$2,20, hoje está sendo comercializada com |
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o dólar abaixo de R$2,10", observou. Para dar um exemplo da profundidade da crise, Barros citou dados do Paraná, estado cuja importância na agropecuária é reconhecida. Em 2003, o Valor Bruto da Produção Agropecuária do Paraná, em valores corrigidos, foi de 32,5 bilhões de reais. Neste ano, poderá ficar aquém dos 23 bilhões de reais. O deputado relatou a brutal queda nos preços pagos aos produtores: "O preço da saca de soja caiu de 45 reais para 23 reais, uma queda de 51%. O da de milho, de 18 reais para 12 reais, redução de mais de 30%. A arroba do boi caiu de 69 reais para 45 reais, 35% a menos. Quanto à carne suína, de R$2,50 o quilo foi para R$1,16, 54% de queda. O quilo do frango, em razão da gripe aviária e do câmbio, caiu de R$1,44 para pouco mais de 1 real". "Como se vê, trata-se de uma crise de renda, de uma armadilha da qual os produtores rurais não tem como fugir", afirmou Ricardo Barros. |
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Boletim Informativo nº 913,
semana de 29 de maio a 04 de junho de 2006 |
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