Associação dos Municípios do PR 
aprova integralmente
mobilização da agropecuária

O presidente da AMP e prefeito de Nova Olímpia, Luis Sorvos, disse que a adesão ao movimento foi grande porque os prefeitos reconhecem a grave crise do setor agrícola e os municípios têm interesses comuns com os produtores rurais. "A causa é nobre, sem dúvida. Mas, além disso, é importante entender que os problemas da agricultura afetam diretamente a arrecadação de tributos dos municípios. A agricultura é a base da economia de grande parte das nossas prefeituras", justifica.

Sorvos considera que as autoridades devem implementar ações concretas e urgentes para garantir que o setor agrícola possa produzir com segurança. "Só assim a agricultura continuará gerando riquezas e dando sustentação aos municípios brasileiros", declara. O presidente da AMP se diz também indignado com a demora na solução destes problemas. Sorvos suspeita que o governo federal esteja usando os municípios para votar os projetos do seu interesse, mas sem aprovar as matérias desejadas pelas prefeituras. "Sempre que há matérias de interesse das prefeituras no Congresso Nacional, como o aumento do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), o governo coloca novas Medidas Provisórias para trancar a pauta. Com isto, nunca vota o que nos interessa. Temos que protestar com vigor contra isso. Por isso, os agricultores estão absolutamente certos em manifestar seu descontentamento com a crise e o descaso do governo federal. Nós, prefeitos, também estamos indignados com isso", avalia.

70% das prefeituras fecham as portas durante protesto do PR

Levantamento da diretoria da Associação dos Municípios do Paraná (AMP) apontou que 70% das 399 prefeituras do Paraná fecharam as portas e decretaram ponto facultativo em apoio ao protesto dos produtores no dia 16.

Os produtores pedem garantia de preço mínimo para a produção; implementação de seguro rural; renegociação e maior prazo de pagamento das suas dívidas; garantia de crédito; suspensão de ações judiciais propostas contra agricultores; e adoção de medidas urgentes que favoreçam os municípios atingidos pela estiagem e pela febre aftosa.

A pesquisa da AMP comprovou que as prefeituras de pelo menos 9 microrregiões decretaram ponto facultativo ou simplesmente fecharam as portas (o dia todo ou em meio expediente): Amsop (Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná), AMCG (Associação dos Municípios do Paraná) e Amunorpi (Associação dos Municípios do Norte Pioneiro). E ainda: Amunop (Associação dos Municípios do Norte do Paraná), Concam (Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão), Amusep (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense), Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), Amcespar (Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná) e Amerios (Associação dos Municípios do Vale do Entre Rios). Estas entidades somam 255 municípios.

Das demais associações regionais de municípios vieram informações de fechamento de portas e decretação de ponto facultativo. Também todos esses prefeitos manifestaram apoio integral ao movimento dos produtores rurais.