CRISE NA AGROPECUÁRIA

Assis Chateaubriand e Corbélia
têm estradas fechadas e paralisadas

O crise evidenciou-se em 2006 na redução do faturamento e
venda das empresas e na movimentação comercial das cidades,
comprometendo a geração de rendas e arrecadação pública

Frustrados pela tímidas medidas do governo e pelas pressões do endividamento do setor, produtores do Oeste reuniram-se em novas manifestações, que paralisaram duas importantes cidades da região. Sindicatos patronais, associações comerciais, industriais e prefeituras municipais coordenaram os protestos.

O primeiro movimento ocorreu na manhã do dia 4, em Assis Chateaubriand, na frente da agência central do Banco do Brasil, reunindo manifestantes de vários municípios.

O outro foi realizado dia 5, em Corbélia, entre a BR- 369 – que teve o tráfego interrompido logo cedo - e o centro da cidade. Um tratoraço, com


"Manifestantes cercam agência do Banco do Brasil,
cobrando solução para o endividamento agrícola. Um
tratoraço parou a Rodovia 369".

220 tratores agrícolas, 15 colheitadeiras, 30 caminhões agrícolas, 150 automóveis e caminhonetas parou a rodovia. Participaram cerca de 2000 pessoas.

Os manifestantes receberam apoio dos setores econômicos e civis. O empresariado baixou as portas de lojas, paralisando também a produção industrial e a prestação de serviços.

De acordo com levantamento da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) o agravamento da crise agropecuária em 2005 resultou em uma perda de R$ 5,28 bilhões no faturamento dos produtores paranaenses, em relação ao ano de 2004. Os protestos dos produtores confirmam os alertas do presidente da FAEP, Ágide Meneguette, sobre o declínio dos mercados agrícolas e a necessidade de mais recursos para a agropecuária, de uma efetiva política agrícola e o reforço do sistema de sanidade agropecuária paranaense.

O crise evidenciou-se em 2006 na redução do faturamento e venda das empresas e na movimentação comercial das cidades, comprometendo a geração de rendas e arrecadação pública, além de pressionar para baixo os índices de desemprego no Estado.

Os protestos dos dias 5 e 6 também tiveram o apoio de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Emater, Prefeituras Municipais, cooperativas, empresários, escolas.

Danilo Mânica, presidente do Sindicato Rural de Corbélia, conta que todos aguardavam desde 25 de abril pelas medidas do Governo, para decidir o tratoraço. Entre o fim de abril e a primeira semana de maio a idéia ganhou força. "Temos agricultores que não conseguem mais dormir direito, contou.

"Embora Corbélia seja apenas mais uma região que protesta e assim mesmo fica tão longe- acho que um movimento aqui, uma manifestação lá, além de estados como o de Mato Grosso com a agropecuária em pé de guerra- vai chegar um momento em que vão ter que encontrar uma solução para os nossos problemas". Participaram da mobilização de 5 de maio, também os Sindicatos Rurais de Cafelândia e Nova Aurora, e produtores de Anaí, Braganei e Iguatu.


Boletim Informativo nº 911, semana de 15 a 21 de maio de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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