Cumprir IN 51 é dever de todo produtor de leite

A Instrução Normativa nº 51, editada pelo Ministério da Agricultura em setembro de 2002, que está em vigor nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste desde 1º de julho de 2005, trata da regulamentação técnica de produção, identidade, qualidade, coleta e transporte de leite no País.

O entendimento e o cumprimento das determinações são muito importantes para a cadeia produtiva do leite, principalmente se o Brasil quiser se firmar como país exportador de lácteos. Há algumas décadas, na América do Sul, apenas o Uruguai e a Argentina exportavam produtos lácteos. Em outubro de 2004, pela primeira vez na história, o Brasil exportou mais lácteos do que importou.

É preciso batalhar para ampliar e manter esta conquista, pois poderá trazer grande benefício para o produtor rural e toda a cadeia produtiva do leite. Temos de ter consciência de que, para nos firmar como exportadores, precisa-se conquistar a confiança dos consumidores. Para isso, temos que atender quatro requisitos importantes, que definem a conquista de mercado: preço, qualidade, quantidade e regularidade de oferta.

Como conseqüência da abertura de mercado no Brasil nos anos 90, a globalização do comércio fez com que o produtor brasileiro passasse a sofrer a concorrência de produtores do mundo todo. Para vencer essa competição, temos que produzir com competência. Um dos maiores atributos dessa competência é a questão da qualidade.

Em quase todo o mundo há uma preocupação muito grande com a segurança alimentar, com o consumo de alimentos seguros. A IN 51 tem como foco principal a produção higiênica do leite, enfocando o controle sanitário dos rebanhos, as boas práticas na ordenha, a refrigeração do leite imediatamente após a ordenha, a conservação e o transporte refrigerado, o armazenamento, a distribuição e a comercialização do leite, para que o consumidor tenha acesso a um alimento seguro e para que a indústria trabalhe com matéria prima de qualidade para oferecer produtos seguros ao consumidor.

O Brasil tem um potencial extraordinário para a produção de leite. Desenvolvendo a competência necessária no processo produtivo, na industrialização e na comercialização, com certeza teremos um mercado altamente promissor. Principalmente por que temos condições de produzir da forma mais natural possível, diminuindo ou eliminando os contaminantes químicos e biológicos do leite.

Com referência ao mercado interno, o consumidor brasileiro vem aumentado as exigências quanto à questão de qualidade. Para conseguir espaço, a concorrência entre as empresas é muito forte; e para garantir a qualidade da matéria prima, muitas delas vêm pagando melhor aos produtores que oferecem leite de melhor qualidade. Caso não encontre no mercado interno a matéria prima com a qualidade desejada, a indústria poderá ter que recorrer às importações.

Portanto, trabalhar pela implantação definitiva e correta da IN 51 o mais rápido possível, é um dever para toda a cadeia produtiva do leite.


Boletim Informativo nº 909, semana de 01 a 07 de maio de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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