Boletim Informativo

Na visão do engenheiro agrônomo Polan Lacki a morosidade do governo em relação à agricultura é uma realidade irreversível e insistir no paternalismo é perda de tempo

Polan Lacki nasceu no meio rural, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Filho de engenheiro agrônomo, seguiu o mesmo caminho e trabalhou 15 anos em serviços de extensão rural. Durante 23 anos trabalhou como contratado da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO/ONU e levou sua proposta a 19 países da América Latina. De sua experiência como extensionista e longa convivência com comunidades rurais aprendeu que, acima de tudo, os agricultores necessitam que o sistema de educação rural lhes proporcione novos conhecimentos, aptidões, habilidades e uma atitude capaz de eliminar ineficiências, libertando-os do "retórico e ineficiente paternalismo rural".

Lacki é autor do livro "Desenvolvimento agropecuário: da dependência ao protagonismo do agricultor, além de uma série de artigos com proposições objetivas e concretas sobre como produtores rurais podem ser mais eficientes. Alguns desses trabalhos já estão sendo enviados via e-mail para os empreendedores, bem como estão disponíveis para leitura no site do empreendedor rural. Na continuidade, serão disponibilizados um a um, capítulos de seu livro, que poderão ser comentados em fóruns de discussão. Com propostas que casam com a linha de trabalho do Empreendedor Rural, ele se mostra entusiasmado com a possibilidade de trabalhar com o público do PER: "Sempre achei interessante essa possibilidade. Se o programa busca melhorar a renda do agricultor, ele tem de saber produzir eficientemente", comenta Lacki que se dispõe, inclusive, a fazer um bate-papo virtual com os empreendedores.

Em seu livro o autor enfatiza a importância do agricultor reduzir custos e melhorar a qualidade de seus produtos, apresentando caminhos possíveis para que isso seja feito. "Mostra que a maioria dos problemas dele é causada por erros que ele mesmo comete", explica Lacki ressaltando que isso não invalida a luta da FAEP e outras instituições por melhores condições para o setor agropecuário: "Enquanto a FAEP tem que continuar na luta por melhores condições para a agricultura, dentro da porteira e na comunidade, os produtores têm que ser mais eficientes. Fatores externos não podem ser controlados por nós".

O "caminho das pedras" é mostrado por meio de ferramentas técnicas e exemplos nos textos do autor. Detalhes que passarão a ser do conhecimento dos participantes do PER com a divulgação dos textos. Os interessados na leitura e discussão das propostas de Lacki estão se aliando a cerca de 100 mil interlocutores de 19 países da América Latina com os quais ele mantém contato via internet. Como faz questão desse contato, Polan Lacki deixa seu e-mail à disposição para tirar qualquer dúvida dos leitores, no seguinte endereço:

polan.lacki@onda.com.br.

Turmas da Fase um do PER terão
palestras do Casa em Ordem

No último dia 17, a equipe de técnicos envolvida no "Casa em Ordem" se reuniu para fazer atualizações no conteúdo do programa: "O programa existe há três anos e constantemente promovemos atualizações de conteúdo", explica Wesley Borges, coordenador do Departamento Sindical da FAEP.

Entre as alterações, dois novos temas: crise na agropecuária e febre aftosa. Na avaliação dos técnicos, além de levar informações sobre a legislação vigente, é fundamental que o programa esteja sintonizado com aquilo que afeta os produtores rurais.

"Em relação à crise, falamos das ações da FAEP e principalmente orientamos os produtores em suas ações", diz Borges. Todas as turmas da Fase um do Programa Empreendedor Rural vão assistir a palestras do "Casa em Ordem". A programação tem início esta semana, dia 27, na cidade de Cambará.As palestras são agendadas de acordo com a demanda. Sindicatos Rurais e prefeituras (onde não há sindicato) interessadas devem entrar em contato com a FAEP pelo correio ou via e-mail (faep@faep.com.br).

31%
do público do Programa Empreendedor Rural são mulheres. O número consta da pesquisa feita um ano após o término da primeira turma na Fase um do PER. O índice está abaixo da tendência brasileira, conforme o Relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), coordenado no Brasil pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade – IBQP, onde as mulheres aparecem como 42% dos empreendedores.

História
Definido o eixo de aprendizagem do Programa Empreendedor Rural, um novo desafio surgia. Trabalhar uma linguagem comum entre peças chaves para o programa, instrutores e facilitadores. O primeiro curso de formação, realizado em 2003, foi cercado de grandes expectativas. Passado o primeiro impacto, o grupo se superou no entendimento da proposta do PER de utilizar a metodologia do construtivismo (baseada no sonho de cada um dos participantes) e da análise transacional, deixando de lado conceitos cartesianos.