Durval Amaral cobra
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O deputado Durval Amaral cobrou semana passada (03), em pronunciamento na Assembléia Legislativa, uma solução para a grave crise que se abateu sobre o setor agrícola paranaense. O parlamentar também realizou uma série de alertas sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores. A origem do problema, segundo o parlamentar, "não está somente na estiagem que há três anos assola as lavouras, na febre aftosa que foi desastradamente administrada pelo governo es- |
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tadual ou na gripe do frango, mas, sim, em uma política cambial que insiste em manter o real supervalorizado, aliada a uma infra-estrutura deficitária". Segundo Durval, quando os agricultores fizeram o plantio em 2004, o custo da produção estava sob influência de uma cotação do dólar que chegou a R$ 3,20 no primeiro semestre do ano. Já na colheita, em 2005, os produtores encontraram o dólar valendo cerca de R$ 2,40. Ou seja, uma diferença cambial de 25%. A próxima safra de verão, plantada no segundo semestre de 2005, baseou-se em um câmbio cotado a R$ 2,40. Mas, a colheita sofreu um déficit de 10%, com a moeda norte-americana valendo menos de R$ 2,15. E, com as safras de inverno a situação não é diferente, afirma o deputado. "Em 2004, os produtores paranaenses colheram mais de 3 milhões de toneladas de trigo, que tem preço mínimo de R$ 24,00 a saca. O melhor preço que conseguiram em 2005, por exemplo, foi de R$ 19,00", explicou Amaral. "Assim, os agricultores paranaenses estão com dívidas de quatro safras acumuladas: duas de verão e duas de inverno. E não são apenas dívidas bancárias, mas principalmente com fornecedores", acrescentou o parlamentar em seu discurso. Pesquisa da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), que ouviu 1,8 mil produtores rurais, constatou que de cada 10 agricultores ouvidos, sete afirmam que não vão conseguir saldar suas dívidas, de forma total ou parcial - 72% deles afirmam que não terão renda suficiente para honrar seus compromissos e ainda sobreviver. "Trata-se de uma situação limite não apenas para os produtores rurais em desespero, mas para a sociedade. A queda de renda no campo tem reflexos imediatos nas economias do interior do estado. Perde o comércio com a queda de vendas, perde o setor de serviços por falta de clientes e a conseqüência de tudo isso é o que já estamos assistindo: o desemprego", afirma Amaral. Em seus pronunciamento, o deputado também ressaltou que a reivindicação de alongamento das dívidas rurais é mais do que justa. "É necessária para o Estado e para o país, dado o importante papel que o agronegócio exerce na sustentação econômica do Brasil. Somente no ano passado, o agronegócio teve rendimento líquido de 34 bilhões de dólares. É ele o responsável pelos saldos positivos na balança comercial externa, salvando o país da bancarrota". Para o deputado, não é apenas o alongamento das dívidas rurais que se faz necessário, mas também investimentos que tornem a agropecuária e o agro-negócio mais competitivos. "Nossa infra-estrutura está sucateada, os portos brasileiros são caros, lentos e desorganizados. As rodovias estão se desmanchando e os investimentos na rede ferroviária brasileira são ridículos frente ao desafio de transformá-la no principal modal de transporte interno", diz ele. Amaral lembrou ainda que a pecuária também passa por um período delicado. Mesmo com os baixos preços pagos aos produtores e a ocorrência da febre aftosa, o setor assumiu a liderança de vendas no mercado internacional. "Contudo, para consolidar sua posição, o setor precisa de sanidade e nesta questão o Governo Federal e, principalmente, o Governo do Estado, estão cometendo falhas imperdoáveis e irresponsáveis", considera Amaral, destacando que a agricultura também precisa de políticas consistentes, de longo prazo, que solucionem a crise estrutural que avança no setor. |
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Boletim Informativo nº 906,
semana de 10 a 16 de abril de 2006 |
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