Osmar Dias pede
solução imediata |
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O senador Osmar Dias fez um apelo da tribuna do Senado semana passada (03) para que o governo federal adote providências urgentes para apoiar os agricultores de todo o país que enfrentam uma crise sem precedentes. Segundo senador, a área plantada de grãos no país pode cair 21% ou 1/5 da área atual, retrocedendo aos níveis de 1998. "Os agricultores não querem plantar porque não há uma política de apoio à produção. O agricultor planta, mas na hora de comercializar a safra, recebe menos do que gastou para produzir . Se não plantar, o agricul- |
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agricultor enfrentará vários problemas: não terá renda, o desemprego aumentará. E há o risco de não atingir o grau de utilização da terra previsto pelo Incra, ficando sujeito à desapropriação de suas terras". No Paraná, segundo cálculo feito pelo senador, 42 mil produtores poderão perder suas terras porque o Banco do Brasil transferiu para a Receita Federal os débitos dos agricultores. "Os produtores rurais estão sendo tratados como se fossem inadimplentes da Receita. Como se fossem caloteiros. São agricultores familiares que tem 30, 40 hectares, que plantam para sustentar sua família e estão sendo punidos pelo governo. Não acredito que o presidente Lula saiba disso, porque ele não permitiria a execução dessas dívidas", ponderou. A crise do agronegócio, analisou, já provoca uma reação em cadeia, trazendo prejuízos para os setores de comércio e serviços. " O comércio já está vendendo 20% a menos do que vendia há 3 meses. No setor de tratores, já se vende 50% a menos. Quem vende colheitadeiras, viu a venda despencar em 70%", disse. O senador ressaltou que a agricultura é responsável pelo superávit da balança comercial e permite o desenvolvimento dos pequenos municípios. " O governo Lula não passará para a história apenas por este capítulo negro, do mensalão e das CPIs, mas, se não tomar providências que possam sanear o setor primário, também passará à história como o presidente que quebrou o agronegócio brasileiro". Segundo Osmar Dias, é a edição de uma medida provisória ampla, contendo diretrizes que possam resolver o problema e não, somente adiá-lo."A economia brasileira vai pagar um preço muito alto. O comércio já começa a sentir as conseqüências da quebra no campo. Daqui a pouco, o desemprego vai aumentar. Se o governo continuar virando as costas para o campo, obviamente a situação vai piorar muito. O país já está empobrecendo e as consequências disso estão se alastrando por todos os setores da economia", disse. |
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Boletim Informativo nº 906,
semana de 10 a 16 de abril de 2006 |
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