Comissão Técnica prepara plano
estratégico de apoio à suinocultura

 

Para debater ações de apoio aos produtores e as perspectivas do setor em 2006, a Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP reuniu-se pela primeira vez este ano, em Curitiba, dia 28. Foi decidido iniciar o debate, no Paraná, de um documento com propostas de base no Plano Estratégico da Suinocultura Brasileira, que será apresentado em breve à Câmara Federal. A Comissão também manifestou seu apoio ao documento da FAEP, que defende a renegociação e securitização das dívidas da agropecuária.

Desde o ano passado, os paranaenses enfrentam uma forte recessão, gerada pelo embargo dos grandes consumidores mundiais à carne brasileira e os excedentes no mercado interno. Uma crise sem precedentes, que entre outubro de 2005 e março de 2006 derrubou o preço do suíno vivo de R$ 2,30/kg para R$ 1,10/kg, valor que não cobre mais os custos de produção.

Entre os objetivos da proposta encontram-se o reforço do sistema de defesa sanitária animal, por meio da destinação de mais recursos para o setor e a contratação de mais técnicos, e a otimização dos conselhos municipais e intermunicipais de sanidade agropecuária no Paraná. Outro ponto refere-se a parte de marketing, para acabar com as distorções e estabelecer uma imagem nutricional correta da carne suína junto a consumidores de todo o País.

O presidente da Comissão, João Batista Manfio, diz que os criadores vêm cobrando a realização imediata da campanha sobre a qualidade e os benefícios do produto, com a utilização de estudos e pesquisas científicas. O trabalho deverá envolver o aperfeiçoamento da cadeia produtiva, em cursos e treinamentos de capacitação técnica, que melhorem a apresentação e contribuam para a padronização dos cortes da carne em açougues e hipermercados. "Estamos trabalhando para melhorar toda a cadeia até o consumidor final", ressalta.

Manfio diz também que é preciso resolver problemas que envolvem o transporte, a higiene e o bem-estar animal durante o trânsito das granjas e propriedades até aos frigoríficos. "Cuidar de tudo, desde a produção até o abate", enfatiza.

Outro tema que continua preocupando a Comissão Técnica envolve a questão ambiental. Mais de 50% das granjas de suinocultura do Estado ainda não conseguiram promover as adaptações necessárias para se adequar à moderna legislação. Grande parte dos estabelecimentos sofre as conseqüências da mudança de conceituação, que a própria assistência técnica enfrentou nos últimos 30 anos. Um exemplo está na localização das áreas: entre as décadas de 1960 e 1970 o ideal era instalar os barracões próximos de fontes de água. Hoje, ao contrário, a determinação é que estas granjas mudem de local e evitem a contaminação de poços, rios e lençóis subterrâneos, promovendo a instalação de projetos de tratamento dos dejetos suínos.


Boletim Informativo nº 905, semana de 3 a 9 de abril de 2006
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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