Expectativa do
agronegócio do PR |
Comentário sobre os estudos para um novo pacote agrícola aquém da idéia da "MP do bem rural" do ministro Rodrigues, pode frustrar a expectativa dos paranaenses. Matérias das agências de notícias lembram que, em fevereiro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, assegurou que estudava medidas de socorro ao agronegócio, na forma de uma "MP do bem rural" contemplando as principais reivindicações do setor produtivo. Contudo, na semana passada, o secretário de Política Agrícola do MAPA, Ivan Wedekin, deu uma entrevista sobre o projeto de uma nova medida provisória rural que se encontra em estudos. Conforme as notícias, não estaria prevista a concessão de mais recursos para o plantio de inverno como o setor aguarda desde a entrega das reivindicações ao ministro Rodrigues, mas sim medidas relacionadas as taxas incidentes sobre o crédito rural. O governo estudaria medidas que reduzam a taxa de juros do crédito rural, além de usar recursos captados na caderneta de poupança pelas instituições financeiras privadas para oferecer empréstimos ao setor. As declarações sobre a elaboração da nova medida provisória parecem indicar uma limitação das perspectivas dos produtores, para obter mais recursos e apoio a comercialização. No documento conjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) encaminhado dia 13 ao Governo Federal, estão relacionadas várias propostas para a recuperação do setor rural, com o objetivo de resolver o problema do endividamento rural, fomentar novas políticas agrícolas e aumentar a renda do produtor. Consta de medidas emergenciais de curto prazo, além de médio e longo prazos. As principais reivindicações emergenciais, de curto prazo, em apoio à safra 2005/06 e comercialização são: - Concessão imediata de crédito suplementar imediato para cooperativas e produtores, do Orçamento do Ministério da Agricultura, no valor de R$ 2,2 bilhões, para comercialização da safra 2005/06 e prorrogação do pagamento dos custeios deste ano agrícola e da safra anterior. Agilização do seguro rural e PROAGRO, para os produtores que tiveram perdas na safra atual. Realização de leilões de PROP para 400 mil toneladas de trigo safra 2005, com garantia do Preço Mínimo. Flexibilizar a linha de crédito FAT Giro Rural (insumos e outros) para o produtor rural e suas cooperativas, inclusive como capital de giro para as cooperativas. Prorrogar o prazo de operacionalização para 31/12/2006. Viabilizar o uso da linha para resgate de CPR junto às instituições financeiras. Dar apoio às culturas de inverno 2006, divulgando um plano de safra específico a estas lavouras, com disponibilidade de R$ 1,5 bilhão para a safra de inverno a juros de crédito rural. Antecipar os custeios da época, além de garantia dos preços mínimos equivalente ao custo operacional de produção; Simplificar a contratação de seguro rural. Implementar as ações da Frente Parlamentar da Triticultura Nacional. Estabelecer cotas de importação do trigo e seus derivados para os parceiros do MERCOSUL, adotando-se a mesma política praticada pela Argentina para coibir a entrada de produtos brasileiros em seu mercado. Permitir embarcações de bandeira estrangeira na navegação de cabotagem para produtos agrícolas ao longo da costa brasileira. Negociar acordo entre governo e cadeia produtiva para garantir a comercialização do trigo nacional e o pagamento do preço de garantia aos triticultores brasileiros. Em apoio à pecuária: Reforçar os programas nacionais de defesa e prevenção sanitária para a suinocultura, pecuária de corte e leite e avicultura, para evitar prejuízos decorrentes de doenças como gripe aviária e febre aftosa. Destinar no Orçamento da União de 2006, um montante de R$ 250 milhões para atender as demandas da sanidade pecuária e recursos para EGF de leite e derivados. Aumentar o volume de custeio e investimento na pecuária de leite e corte, suinocultura e avicultura. No programa de recomposição do endividamento, a meta é equacionar com vista a retomada da capacidade de pagamento. No custeio agrícola e pecuário, a proposta é elaborar uma Medida Provisória ou Projeto de Lei para compor um novo saldo devedor do custeio 2005/06 e do custeio prorrogado da safra 2004/05, e alongar por 10 anos, sendo o pagamento da 1ª parcela a partir da safra 2007/08. Quanto ao FAT – Giro Rural: Compor um novo saldo devedor das parcelas 2006 e 2007, e alongar por 10 anos, sendo o pagamento da 1ª parcela a partir da safra 2007/08. Sobre o alongamento das dívidas: Medida provisória ou projeto de lei que prorrogue as parcelas vencidas em 2005 e as vencíveis em 2006 das operações de securitização, Recoop e PESA para pagamento a cada ano subseqüente a última parcela do contrato. Em se tratando de financiamentos de investimento: Medida Provisória ou Projeto de Lei para prorrogar a parcelas de 2006 dos Programas de Investimento para o ano subseqüente a última parcela do contrato. Fundos Constitucionais: Resolução do BACEN para prorrogar a parcelas de 2006 dos Fundos Constitucionais a serem pagas no ano subseqüente a última parcela do contrato. Quanto a liberação das garantias excedentes: a idéia é reavaliar as garantias vinculadas à renegociação das dívidas, por meio de critérios estabelecidos entre o setor privado e o governo, e liberar as garantias excedentes. |
Boletim Informativo nº
904, semana de 27 de março a 2 de abril de 2006 | VOLTAR |