Produtor de Quedas do
Iguaçu |
O produtor Darceu Ribeiro Andrade, dono da Fazenda Três Elos, de Quedas do Iguaçu, espera o cumprimento da medida judicial de reintegração de posse de sua terra. A fazenda foi invadida pela terceira vez em 13 de março último, por um grupo de mais de 90 sem- terra. A execução da sentença depende da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná e Governo do Estado. Menos de sete dias depois da invasão o proprietário obteve a ordem de reintegração junto ao Fórum de Quedas do Iguaçu. Na semana passada, houve uma tentativa frustrada de retomar o imóvel. Um oficial de justiça e sete policiais dirigiram-se à Três Elos para negociar o cumprimento da sentença. Em resposta, os sem- terra disseram que não vão sair. A Três Elos é a única propriedade da família de Darceu, vizinha da outra área invadida – a Fazenda Campo Novo, do irmão também produtor, Darci Ribeiro Andrade. Darceu está impaciente com a situação. Quer retomar o trabalho e fazer a colheita da safra de 40 alqueires de milho. Quer garantia dos sem- terra de que respeitarão um novo acordo. Ele ainda está fazendo as contas dos prejuízos e teme ter que amargar mais prejuízos com a perda do milho, se passar mais tempo impedido de entrar na Três Elos. Perto de 300 cabeças de gado do rebanho da família foram mortas pelos sem- terra nos últimos dias. Entre a primeira e terceira invasões, houve, ainda, roubos e sumiço de maquinários, de dinheiro e objetos dos empregados que se encontravam na fazenda, de animais domésticos como galinhas, vacas e um cavalo, além de danos às benfeitorias das áreas. "Eles fazem o que querem com o que não é deles e ainda ameaçam a gente". Darceu disse que a fazenda é produtiva. Os invasores são remanescentes dos acampamentos, que ainda não foram incluídos nos novos assentamentos. Para o produtor, as invasões aumentam a insegurança no campo e comprometem as economias regionais. "Quero que o governo olhe para quem está produzindo trabalho de verdade; as pessoas de bem no campo, que estão recolhendo impostos e não têm segurança nenhuma: quem pensa apenas em voto, no número de votos nas eleições, não enxerga a gente que trabalha", diz. O produtor diz que os invasores são arbitrários e estão acabando com as possibilidades do município. Uma placa na entrada dos assentamentos diz que existem 1.039 famílias assentadas da Araupel. |
Boletim Informativo nº
904, semana de 27 de março a 2 de abril de 2006 | VOLTAR |