Capacidade exportadora
do
agronegócio perde fôlego
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O complexo soja (grão, farelo e
soja), principal item da lista
das exportações agropecuárias brasileiras, exportou
3,139 milhões de toneladas em janeiro e fevereiro deste
ano, crescimento de apenas 1,5% na comparação com os
3,093 milhões de toneladas de igual período de 2005
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Os
números da balança comercial do agronegócio dos dois primeiros
meses deste ano são mais uma prova da crise que enfrenta
atualmente a agropecuária brasileira. As exportações agrícolas
do primeiro bimestre somaram US$ 5,818 bilhões, crescimento de
8,5% na comparação com os US$ 5,364 bilhões de igual período
de 2005. Embora o resultado seja positivo, comprova perda de
fôlego na capacidade exportadora do agronegócio.
Em
2005, na comparação com 2004, o crescimento das exportações do
agronegócio foi de 23,4%. "O setor está perdendo o
dinamismo", explica o chefe do Departamento de Comércio
Exterior (Decex) da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo.
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As
importações do agronegócio, no primeiro bimestre deste ano, foram de
US$ 940 milhões, 22,5% a mais que os US$ 767 milhões registrados em
janeiro e fevereiro do ano passado. O saldo da balança comercial do
agronegócio (diferença entre exportações e importações) no
primeiro bimestre atingiu US$ 4,877 bilhões, 6,1% superior aos US$
4,596 bilhões de igual período do ano passado. "É um resultado
tímido", diz Beraldo.
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Não
é apenas a redução do ritmo de crescimento das exportações
que preocupa o setor, destaca Beraldo. "Também estão
aumentando as importações agrícolas", diz o chefe do
Decex. A quebra de safra de trigo, em 1 milhão de toneladas,
exigiu que o Brasil aumentasse as importações do grão, em 90%.
No primeiro bimestre de 2005, o País comprou 748 mil toneladas de
trigo no Exterior, gastando US$ 86 milhões. Em janeiro e
fevereiro deste ano, o Brasil importou 1,2 milhão de toneladas de
trigo, com despesa de US$ 164,8 milhões. |
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O
complexo soja (grão, farelo e soja), principal item da lista das
exportações agropecuárias brasileiras, exportou 3,139 milhões
de toneladas em janeiro e fevereiro deste ano, crescimento de
apenas 1,5% na comparação com os 3,093 milhões de toneladas de
igual período de 2005. Apesar da quase estagnação no volume
exportado, o faturamento aumentou, devido à recuperação dos
preços médios, que atingiram US$ 248,3 por tonelada no primeiro
bimestre de 2005, frente US$ 229,4 por tonelada, no ano passado.
As exportações do complexo soja
somaram US$ 779,4 |
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milhões
no primeiro bimestre, 9,8% a mais que os US$ 709,8 milhões do mesmo
período de 2005.
O
ritmo das exportações está perdendo fôlego, explica Beraldo, devido
a problemas como a supervalorização da moeda nacional e problemas
pontuais, como a ocorrência de focos de febre aftosa que ainda não
foram debelados, impedindo que o Brasil amplie ainda mais a sua
participação no mercado internacional de carne bovina.
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Os
focos de febre aftosa na Argentina, outro importante fornecedor
mundial, podem favorecer o Brasil, pela proibição da
exportação de carne bovina por aquele país, pois são poucos os
países que têm disponibilidade para atender a demanda global. O
temor internacional de contágio pela gripe aviária, embora
nenhum caso da doença tenha sido registrado no Brasil, já produz
impactos nas exportações do setor. "Está sendo percebida
uma redução das remessas, especialmente para o mercado europeu,
que é nosso principal cliente, e onde a população estão
reduzindo o consumo de aves", explica o chefe do Decex. |
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Beraldo
avalia que, em uma projeção otimista, o Brasil irá repetir em
2006 os resultados do ano passado, com exportações de US$ 43,6
bilhões. O saldo comercial da balança do agronegócio,
entretanto, deverá cair, devido ao aumento das importações. No
ano passado, o saldo foi de US$ 38,4 bilhões e, conforme
cálculos da CNA, será de US$ 37 bilhões em 2006. Isso porque as
importações do agronegócio devem crescer de US$ 5,18 bilhões
para US$ 6 bilhões. |
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