Soja 2005/2006 -
Tendências de Mercado |
Seminário debate
perspectivas
para a soja no mercado mundial |
O
economista Flávio Roberto de França Junior, diretor-técnico da área
de Soja e Oleaginosas do Grupo Safras apresentou no Seminário
Perspectivas para a Soja em 2006, realizado em Curitiba, o panorama
mundial da soja, com foco especial no quadro complicado observado em
2005 e a sua continuidade em 2006, requerendo por parte dos produtores
maior exigência no estabelecimento de estratégia de produção e
planejamento da comercialização em bases sólidas, porquanto os
fundamentos de mercado são baixistas e as decisões serão difíceis,
haja vista a situação ruim e que tende a piorar. |
BOLSA DE CHICAGO (CBOT) |
Os
estoques mundiais altos foram a causa dos baixos preços internacionais
no período 1998/2002, mudando de patamar a partir de maio de 2002.
Em
2004, os preços na Bolsa de Chicago situaram-se, pela quarta vez na
história, acima de US$ 10,00/bushel (US$ 22,05/saca), desde julho de
1988.
Os
picos de preços em 2005 aconteceram em março com as perdas na América
do Sul e em junho com as especulações nos Estados Unidos (mercado do
clima).
Conforme
França Júnior, em 2006 o mercado é baixista e os fundamentos apontam
situação negativa e mais complicada na questão de preço. O cenário
de preços na Bolsa de Chicago sinaliza:
Ø
1º semestre de 2006 - média entre
US$ 5,50 a US$ 6,00/bushel (equivalente a US$ 12,13/saca e US$
13,23/saca, respectivamente); e
Ø
2º semestre de 2006 - média entre
US$ 5,70/bushel a US$ 6,20/bushel (equivalente a US$ 12,57/saca e US$
13,67/saca, respectivamente). |
MERCADO EXTERNO |
-
Maior
pressão em 2006 devido aos recordes dos estoques norte-americanos (15,4
milhões de toneladas) e mundiais (54,4 milhões de toneladas);
-
Produção
mundial projetada safra 2005/06 em 224 milhões de toneladas, um aumento
de 8 milhões de toneladas em relação à safra 2004/2005 (215 milhões
de toneladas);
-
O
USDA prevê para os Estados Unidos uma queda na demanda e no ritmo das
exportações;
-
Ameaça
com a gripe aviária;
-
Projeção
de preços abaixo da média histórica dos últimos dez anos (US$
13,39/saca), entre US$ 5,50 a US$ 6,00/bushel (US$ 12,13/saca a US$
13,23/saca);
-
O
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará em 31
de março, a primeira estimativa de plantio da nova safra
norte-americana com sinalização de produção entre 80 a 85 milhões
de toneladas; e
-
Comportamento
do clima nos Estados Unidos no período maio/agosto.
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MERCADO INTERNO |
-
Produção
safra 2005/06:
-
58,5 milhões de
toneladas – estimativa USDA
-
56,3 milhões de
toneladas – estimativa Safras&Mercado
-
Estoques
de passagem da safra 2004/05;
-
Avanço
da colheita; elevação nos preços dos fretes (entre 28% a 58%,
conforme a praça);
-
Taxa
de câmbio sem perspectivas de alta, com tendência de queda para os
próximos meses;
-
Oportunidades
de negócios em maio/06 (definição de área e condições climáticas
nos EUA) e nos meses de junho a agosto (mercado clima);
-
2006:
exportações brasileiras previstas em 26 milhões de toneladas;
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Estimativa
de Safras & Mercado para a produção do Paraná é de 10,3 milhões
de toneladas e produtividade média de 2.621 kg/ha;
-
O
Paraná comercializou 20% na safra 2005/06 (2,06 milhões de toneladas)
de acordo com dados de Safras&Mercado (março/06);
-
2006:
quadro preocupante e conforme França Junior "produtor que não
tiver boa produtividade vai trabalhar muito no vermelho". Recomenda
atenção às possibilidades de bolhas especulativas na Bolsa de Chicago
no período do mercado do clima nos EUA (junho/agosto).
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Frente
ao quadro difícil para a soja é importante o produtor buscar as
análises, tendências e informações de mercado, de logística e de
câmbio entre outras, objetivando através destes mecanismos
sistematizar as idéias na tomada de decisão consciente de todos os
riscos que a atividade agropecuária envolve e a busca de ganho de
escala e produtividade para redução dos custos de produção.
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2007:
permanece a tendência negativa para o mercado da soja.
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Gilda
Bozza Borges
Economista - DTE/FAEP
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