Agropecuária | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Leitores do Boletim
Informativo | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
A intenção do Governo do Estado de criar um piso salarial para a área rural, de R$ 427,00 só tende a agravar a crise de renda na agropecuária paranaense, por causa da seca, endividamento e câmbio desfavorável, entre outros fatores. Se for adotado na atual conjuntura, o novo mínimo pode desencadear uma série de demissões no campo. É o que aponta uma pesquisa com 1.106 leitores deste Boletim Informativo. Os dados foram obtidos a partir de questionários, encartados na Edição 898, e remetidos espontaneamente pelos Correios entre os dias 6 e 22 de fevereiro. Entre os consultados, 44,07% afirmaram que, em função da crise de renda, vão ter que demitir funcio- | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
nários neste ano. O índice é quase 10 pontos percentuais mais alto do que a intenção de demitir (35,59%) verificada no levantamento da Paraná Pesquisas, contratado pela FAEP, que ouviu uma amostra de todos os agricultores paranaenses – mini, pequenos, médios e grandes, entre os dias 6 e 15 de fevereiro. A diferença pode ser creditada ao fato de que os leitores do Boletim Informativo são produtores comerciais e, em sua maioria, são também empregadores – ou seja, efetivamente vão ser afetados pela medida do governo. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Isso explica também por que a criação do piso rural de R$ 427,00 é reprovada por 78,66% dos entrevistados (contra 56,44% no levantamento geral); se acontecer, 53,73% afirmaram que vão ter que demitir. Por outro lado, 79,74% dos entrevistados disseram que não vão conseguir pagar todas as dívidas neste ano (contra 72,02% no levantamento geral). Neste ponto, aumenta também a convicção dos empregadores: enquanto na pesquisa geral, 25,74% afirmaram que não iriam conseguir pagar suas dívidas, entre o público do Boletim Informativo esta certeza se estende a 41,83% dos entrevistados. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Reprovação. Na avaliação das políticas públicas do Governo Estadual para a agropecuária, apenas 7,87% dos leitores as consideraram boas ou ótimas; a grande maioria, 67,27%, classificou as políticas estaduais como ruins e péssimas. Em relação ao Governo Federal, a avaliação é ainda mais crítica: somente 2,89% consideraram as políticas públicas ótimas ou boas, enquanto 81,74% as colocaram no nível de ruins ou péssimas. Para ilustrar melhor o que os produtores esperam dos governos, vale reproduzir as respostas espontâneas que alcançaram mais de 5% em relação às seguintes perguntas: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Boletim Informativo nº
903, semana de 20 a 26 de março de 2006 | VOLTAR |