Crise
na agricultura é de quebra | |
Meneguette: "Se não temos renda, o alongamento é a solução" |
Produtores rurais de 17 municípios do Núcleo Sindical do Norte e Noroeste do Paraná (Nurespar) participaram de reunião, dia 11 de fevereiro, em Alvorada do Sul, em que foi discutida a situação da agropecuária paranaense no terceiro ano consecutivo de estiagem e quebra de safra. O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, destacou que a crise, desta vez, vai além das perdas mensuráveis na lavoura. Trata-se de quebra de renda, disse, por que, "mesmo que produzíssemos 150 sacas, não pagaríamos os investimentos e os bancos". Meneguette enfatizou que os produtores paranaenses não querem pedir perdão de dívidas, |
mas o alongamento por 25 anos. "Se não temos renda, o alongamento é a solução. Securitização com saneamento de ativos", afirmou. Ele sugeriu que os produtores endividados protocolem junto ao órgão financeiro a Proposta de Alongamento, para não serem tidos como inadimplentes. O evento, no Clube Recreativo, foi aberto pelo presidente do Sindicato de Alvorada do Sul, Eduardo Martins, e pelo prefeito Marcos Voltarelli. Os presidentes de Sindicatos Rurais da região expuseram os problemas que afligem a agropecuária. Em municípios como Sertanópolis, Bela Vista, Primeiro de Maio e Centenário do Sul as perdas na colheita chegam a 40%. Meneguette observou que a crise, que entra no terceiro ano, já derrubou a geração de empregos no Paraná, e só no setor de transportes, segundo a Delegacia Regional do Trabalho, a retração foi de 35% no ano passado. Neste contexto, o dever da FAEP é continuar atuando em prol dos agricultores, sem se importar se isso desagrada os governos estadual ou federal. Em relação à proposta de salário mínimo regional de R$ 437,00, por exemplo, ele observou que o setor agropecuário está sem renda para arcar com mais este custo adicional. A febre aftosa é um "imbroglio", disse Meneguette, que continuará a trazer prejuízos à economia paranaense, se o governo insistir em não cumprir as regras internacionais. Em relação ao não cumprimento da política de preços mínimos para o trigo, por parte do governo, Meneguette disse que os produtores podem entrar na Justiça para ser ressarcidos. |
Boletim Informativo nº
900, semana de 20 a 26 de fevereiro de 2006 | VOLTAR |