Foco de febre aftosa na Argentina
põe América do Sul em alerta

A ocorrência de um novo foco de febre aftosa na Argentina foi notificado semana passada (8), pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). A doença foi identificada num rebanho do Departamento San Luis de Palmar, da Província de Corrientes, a apenas 26 quilômetros da fronteira com o Paraguai.

Os exames de laboratório apontaram 70 bovinos infectados com aftosa, em uma população de 3067 animais suscetíveis à doença. O gado afetado é da raça Braford e têm idades entre 18 e 24 meses. O diagnóstico do Laboratório do Senasa identificou o 

vírus causador do surto como sendo do tipo O, o mesmo que causou o foco de Mato Grosso do Sul, no Brasil.

Uma nova ocorrência como esta renova o alerta em relação ao trânsito de animais pelas fronteiras do Mercosul, declara o médico- veterinário Alexandre Jacewicz, assessor de Pecuária da FAEP. Um cuidado que pode ser complementado com uma campanha de vacinação específica para as regiões de maior risco da doença.

O Ministério da Agricultura brasileiro estuda bloquear a importação de carne e derivados e também proibir o trânsito de animais originários de áreas próximas à cidade de San Luis del Palmar, na Província de Corrientes (nordeste da Argentina), onde foi confirmado o foco. O Ministério já repassou a informação para todas suas superintendências regionais e determinou reforços na vigilância em Estados próximos ao local do foco.

Em nota oficial no seu site, o Senasa informa que procederá ao sacrifício sanitário dos animais enfermos, além de colocar em quarentena toda a área compreendida pelo "departamento" afetado e seus vizinhos e o entorno de 20 km, conforme prevê o Plano Nacional de Controle da Febre Aftosa. Também foi iniciada uma investigação para determinar a origem da contaminação de San Luís Palmar. A área do foco e seu entorno estão isolados.

As suspeitas da ocorrência de aftosa em Corrientes começaram a tomar corpo na noite de 4 de fevereiro, quando um veterinário da assistência técnica privada da região procurou a agência local do Senasa e informou o que estava ocorrendo.

Já nos dias 5 e 6, técnicos do sistema sanitário oficial da Argentina inspecionaram a propriedade, recolhendo amostras de mucosa e sangue do rebanho, para diagnóstico de laboratório. Os laudos ficaram prontos dia 8, sendo divulgados de imediato.

O Senasa solicitou ao serviço sanitário local acelerar e reforçar a campanha de vacinação contra febre aftosa iniciada em 1º de fevereiro, na região. Por fim, oficializou a existência do foco em comunicação à Organização Mundial de Saúde Animal, aos serviços sanitários dos países vizinhos e aos blocos econômicos com os quais a Argentina mantém relações comerciais.