Estiagem
Produtores rurais do
Paraná têm
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As perdas devem ser ainda maiores, podendo superar a quebra da safra do
ano passado, que gerou | |
Estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, aponta que a estiagem já causou prejuízos de R$ 1,39 bilhão aos produtores rurais paranaenses. Segundo o Deral, as perdas causadas pela seca fizeram o governo reduzir em 17,4% a estimativa para a safra de verão no Paraná. Das 21,85 milhões de toneladas de grãos previstas inicialmente, 3,8 milhões já foram perdidas, de acordo com o levantamento divulgado pelo órgão semana passada (24/01). Técnicos avaliam que as perdas devem ser ainda maiores, podendo superar a quebra da safra do ano passado, que gerou prejuízos de R$ 4,5 bilhões aos produtores do estado. "Não há previsão de melhora do clima e este ano a seca chegou mais cedo do que em anos anteriores", dizem. Segundo Pessuti, a segunda safra, ou "safrinha", pode reduzir o impacto da falta de chuva, acreditam. Maior produtor nacional de milho, o Paraná já perdeu 22,2% da safra 2005/06. O Deral calcula que a perda de 2,07 milhões de tonelas nas lavouras de milho gera um prejuízo de R$ 412,80 milhões aos agricultores. Em Francisco Beltrão, no Sudoeste, a seca já destruiu 63,79% da produção. No caso da soja, o Paraná deve perder 14,2% da safra. O volume de produção previsto caiu de 11,73 milhões para 10,07 milhões de toneladas. A perda de receita é estimada em R$ 716,60 milhões. O governo do estado e entidades da cadeia produtiva decidiram elaborar um plano emergencial, que será apresentado ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, nesta semana (ver documento na página anterior). O presidente do sistema FAEP, Ágide Meneguette, reuniu-se com representantes das autoridades da área econômica semana passada em Brasília e apresentou os pedidos, como a renegociação dos financiamentos de custeio e investimento, a garantia de preços mínimos por parte do governo federal e a criação de novas linhas de crédito para os agricultores. A política de preços mínimos é uma reivindicação antiga dos produtores paranaeses. O sistema é adotado nos Estados Unidos, onde, ao invés de oferecer financiamentos e linhas de crédito, o governo garante um preço mínimo ao produtor. Durante reunião com os produtores no dia 24, o vice-governador Orlando Pessuti defendeu a diversificação de culturas. "Já há incentivos para os agricultores buscarem outras opções, o que minimizaria os impactos de secas como esta", diz. Já o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslowski, considera importante que o Paraná mantenha a produção de milho e soja em larga escala, pois, segundo ele, são essas culturas que impulsionam toda a produção do estado. | |
Boletim Informativo nº
897, semana de 30 de janeiro a 5 de fevereiro de 2006 | VOLTAR |