Aftosa no Paraná: *Ágide Meneguette |
Em 21 de outubro, a Secretaria da Agricultura anunciou a suspeita clínica de ocorrência de febre aftosa no Estado desencadeando uma série de prejuízos para a economia paranaense, em especial para produtores rurais e a agroindústria. A partir de então o Paraná perdeu o seu status de área livre da doença e sofreu restrições no mercado internacional e interno. Após 48 dias, o Ministério da Agricultura, por meio de Nota Técnica, considerou que houve focos de febre aftosa em fazendas do Paraná que receberam bovinos originários de fazendas do Mato Grosso do Sul, onde a doença foi detectada. A decisão do Ministério, contudo, não põe fim ao conflito uma vez que o Governo do Estado do Paraná anunciou a disposição de recorrer à Justiça, por não concordar com esse desfecho. Produtores e as entidades que os representam assistem, enquanto isso, a uma série de versões desencontradas e meias-verdades sobre o processo de detecção e apuração da existência da doença. De tal forma que não se sabe ainda se realmente ocorreram ou não focos de aftosa no Paraná, e nem se os procedimentos técnicos foram corretos. Enquanto a Secretaria da Agricultura e o Ministério da Agricultura travam uma pendenga sem solução, a credibilidade do nosso sistema de defesa sanitária animal foi posta em xeque, com a perda de 10 anos de esforços para conquistar e manter o Paraná com o status de área livre de febre aftosa. Milhares de produtores rurais e a economia paranaense sofrem prejuízos continuados. O que os produtores rurais exigem é que o Governo do Estado e o Ministério da Agricultura cheguem a um consenso e dêem uma solução rápida e coerente. Não é admissível que se leve tanto tempo para apurar fatos e adotar as providências cabíveis previstas pela legislação brasileira e pelas normas internacionais. *Ágide
Meneguette |
Boletim Informativo nº
893, semana de 12 a 18 de dezembro de 2005 | VOLTAR |