Febre Aftosa

Osmar Dias quer que o Senado
interpele ministro da Agricultura

Atendendo a apelo da FAEP feito em nome dos integrantes das Comissões Técnicas das cadeias produtivas da pecuária do Paraná, o senador Osmar Dias apresentou um requerimento ao Senado Nacional, com um amplo pedido de informações ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O encaminhamento deu-se logo depois da divulgação dos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, próximos da divisa com o Paraná, e após ofício do presidente da FAEP, Ágide Meneguette, expondo a preocupação das Comissões Técnicas de Bovinocultura de Leite, Corte, Caprinocultura, Ovinocultura e Suinocultura.


   No requerimento, Osmar Dias indaga sobre os cortes de recursos e as disponibilidades financeiras e orçamentárias previstas para a manutenção do sistema de defesa e fiscalização sanitária da agropecuária brasileira. Osmar quer saber também dos limites de movimentação e empenho impostos ao Orçamento do Ministério da Agricultura, cobrando explicações sobre o contingenciamento aos programas de controle e acompanhamento sanitário.

No pedido, o senador cita as relevantes contribuições que o agronegócio vem dando para a economia brasileira. O crescimento da produtividade agrícola, associado à conquista de novos mercados, que leva à geração de divisas indispensáveis à melhoria das finanças do país. Cita as exportações que em 2000 somavam US$ 55 bilhões de dólares e que passaram, em 2004, para US$ 96 bilhões. Ou seja, num período de apenas quatro anos a participação do agronegócio nas vendas externas cresceu de 15% para 25%.

Hoje, mais de 40 países suspenderam total ou parcialmente a compra da carne brasileira, por temer a contaminação de seus rebanhos. "Estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) fixa em pelo menos 1 bilhão de dólares os prejuízos para as exportações do país com a crise deflagrada pela doença".

No âmbito dessas adversidades, afirma o senador, "como de hábito, assiste-se a um freqüente empurra- empurra de responsabilidades". Dos R$ 167 milhões previstos com a finalidade de fortalecimento do sistema de defesa agropecuária, só 20% chegaram ao setor, o equivalente a R$ 35 milhões. "Nesse contexto, se mostram imprescindíveis informações que nos esclareçam não somente os montantes envolvidos nos contingenciamentos aplicados, mas também que nos permitam conhecer, com maiores detalhes, as causas que lhes deram origem, seus impactos econômicos, as orientações e as diretrizes a serem seguidas pelo País para a solução do problema".

Perguntas que não querem calar

1 - Quais os limites de movimentação e empenho impostos ao orçamento do Ministério da Agricultura, particularmente os relativos às suas ações e aos seus programas voltados para o controle e à fiscalização sanitária agropecuária;

2 - Quais os impactos e prejuízos impostos às ações e aos programas de defesa sanitária agropecuária, em virtude do contingenciamento orçamentário e financeiro imposto? Que medidas foram adotadas nos últimos três anos pelo Ministério com vistas a suprir as limitações decorrentes dos contingenciamentos ocorridos;

3 - Sob que fundamentos e premissas técnico- jurídicas se amparou o contigenciamento aplicado sobre esses programas e ações ;

4 - Que medidas vêm sendo adotadas pelo Governo com vistas à suspensão do contingenciamento, sobretudo as relativas ao contingenciamento de recursos financeiros voltados para a defesa sanitária agropecuária;

5 - Há propostas em estudo, pelo Governo Federal, objetivando evitar o contingenciamento, nos próximos exercícios financeiros, nos orçamentos desses programas e ações;

6 - Que estratégias estão previstas com vistas a evitar problemas que possam comprometer a produção de carne em todo o País, dado a recente crise que afeta o setor, em decorrência da febre aftosa;

7 - Há estudos no Ministério objetivando criar um fundo nacional para atender emergências sanitárias, como o foco de febre aftosa detectado no Estado de Mato Grosso do Sul? Quais seriam suas características principais e a natureza das ações a serem contempladas pelo fundo;

8 - Quais as ações que o Governo Federal está tomando ou pretende implantar para evitar a disseminação da febre aftosa.


Boletim Informativo nº 890, semana de 21 a 27 de novembro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR