Políticas adequadas para evitar novas crises

A falta de políticas adequadas de crédito para o setor rural, que considerem as características da atividade, ou seja, os ciclos de altas e quedas na produção, impedem que seja obtida uma solução definitiva para o endividamento do setor. O alerta foi dado por Luciano Carvalho, assessor técnico do Departamento Econômico da CNA em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados (08/11). A reunião foi convocada pela Comissão de Finanças e Tributação para promover debate sobre o Projeto de Lei nº5.507-A/05, que trata da repactuação e o alongamento de dívidas do crédito rural. “O custo da omissão é o preço em dobro do que se pagará na próxima crise”, afirmou o assessor técnico da CNA.

Dados apresentados por Carvalho comprovam que a ausência de mecanismos adequados de apoio ao setor agropecuário, incluindo também o seguro rural, custam mais caro para toda a economia, impedindo também que se alcance uma solução permanente para o endividamento do setor. Os instrumentos anticíclicos necessários, alertou Carvalho, são crédito rural suficiente e adequado às características da atividade agropecuária, seguro rural e uma Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) eficiente.

Países desenvolvidos têm políticas anticíclicas de apoio à atividade agropecuária. Isso ocorre porque é característico do setor haver períodos de euforia e de baixa na produção.”, afirmou Luciano Carvalho. Ele lembrou que atualmente apenas 0,8% da produção rural tem cobertura de seguro rural, para atender frustrações geradas por fatores como secas ou chuvas excessivas. O restante da produção tem o risco assumido diretamente pelo produtor, alertou.


Boletim Informativo nº 889, semana de 14 a 20 de novembro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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